Isabel dos Santos mantém-se na banca portuguesa após vender capital do BPI
Empresária domina o banco BIC e manda na Sonangol, segundo maior accionista do BCP.
Isabel dos Santos pode sair do capital do BPI, mas não abandona a banca portuguesa, directa ou indirectamente. É que a empresária, filha do presidente de Angola, é a maior accionista do BIC Portugal, instituição financeira que deu um salto na sua dimensão quando ganhou a privatização do BPN em 2012 (pagando em troca 40 milhões de euros).
Hoje, o BIC Portugal, que nasceu em 2008 como “irmão gémeo” do BIC Angola, é composto por 226 balcões e conta com mais de 1400 trabalhadores. Gerido pelo ex-ministro das Finanças do Governo de José Sócrates, Teixeira dos Santos, o banco tem ainda Fernando Teles, presidente do BIC Angola, como accionista, com 37,5%, cabendo a Isabel dos Santos a maior fatia, com 42,5%.
Um dos accionistas do BIC foi Américo Amorim, mas o empresário, que ainda é seu sócio na Galp Energia, acabou por vender a posição em 2014 (ficando a sua fatia do capital, de 25%, repartida entre Isabel dos Santos e Fernando Santos).
Depois, Isabel dos Santos, enquanto presidente da Sonangol, tem também uma palavra a dizer nos destinos do BCP, onde a petrolífera estatal angolana é actualmente o segundo maior accionista, com 15,24% do capital (após o esforço financeiro que fez no recente aumento de capital para não diluir a sua posição).
Curiosamente, foi o BCP quem vendeu, em 2008 (e quando a Sonangol já estava no banco), os 9% que detinha no BPI a Isabel dos Santos, permitindo à empresária surgir logo como terceiro maior accionista. Quase em simultâneo, Isabel dos Santos entrou no capital do BFA via Unitel, empresa angolana de telecomunicações que controla, e onde detém pelo menos 25% (a Sonangol é dona de outros 25%, via Mercury).
Em 2012, seriam os catalães do Caixabank a dar-lhe a oportunidade de crescer, vendendo parte do capital adquirido ao Itau. É nessa altura que a empresária angolana assegura o lugar de segundo maior accionista, com 19%, posição que manteve até agora (podendo aqui somar-se outros 2,3% que estavam com o BIC Angola e Fernando Teles).