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Obras de recuperação do claustro da Sé de Lisboa serão adjudicadas este ano

Intervenção orçada em cinco milhões de euros será feita com recurso a fundos europeus e a um investimento da Direcção-Geral do Património Cultural e do Cabido da Sé de Lisboa.

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O claustro durante a apresentação das obras de recuperação em 2015 Patrícia Martins/Arquivo
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Patrícia Martins/Arquivo
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A adjudicação das obras de recuperação do claustro da Sé de Lisboa, um investimento de cerca de cinco milhões de euros, "deverá ocorrer durante o segundo semestre de 2017", adiantou à Lusa fonte oficial.

Até 15 de Fevereiro estará concluída a "revisão do projecto por uma entidade independente", um procedimento obrigatório tendo em conta o valor do investimento, disse à agência Lusa fonte da Direção-Geral do Património Cultural (DGPC).

"Conforme o previsto, estará o lançamento do concurso público para as obras de 'Recuperação e Valorização da Sé Patriarcal de Lisboa' durante o primeiro trimestre de 2017 e a adjudicação deverá ocorrer durante o segundo semestre de 2017", disse a mesma fonte, acrescentando que "o prazo de execução da obra é de 18 meses após a adjudicação".

O investimento total é 4.998.472 euros, sendo dois milhões suportados pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), e "a restante verba assegurada pelo orçamento da DGPC e do Cabido da Sé de Lisboa, de acordo com protocolo celebrado entre as partes", em Setembro de 2010, e cuja adenda foi assinada em Julho de 2015 pelo então secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, pelo presidente da Conferência Episcopal Portuguesa e cardeal-patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, e pelo deão da Sé, Carlos Paes.

“Temos neste espaço um repositório único das nossas sucessivas povoações, povos e culturas”, disse na altura D. Manuel Clemente, justificando a necessidade de investir no património da Sé com a urgência de “recuperar a memória do edifício” e, com ela, “recuperar a memória da cidade e, até, do país”.

Também na ocasião, o arquitecto Adalberto Dias, responsável pelo projecto, explicou que o plano de reabilitação prevê o encerramento do átrio do claustro com uma laje, a musealização do espaço arqueológico em cripta e o acesso por elevador a partir da rua das Cruzes, lateral ao templo, no bairro de Alfama.

Está também prevista a conclusão dos trabalhos arqueológicos (iniciados em 1990, interrompidos em 2004 e retomados em 2011) e a elaboração do programa museológico de valorização dos bens patrimoniais identificados no referido contexto.

As escavações arqueológicas realizadas no claustro revelaram vestígios de ocupação humana com cerca de 2700 anos, desde a Idade do Ferro (século VII a.C.) à Idade Média, explicou o cónego Lourenço, à margem da cerimónia. A arqueóloga Alexandra Gaspar afirmou por seu turno, que naquele espaço encontram-se vestígios neolíticos, fenícios, romanos, visigodos, islâmicos e medievais.

Entre os despojos foi encontrado um conjunto de moedas de ouro islâmicas e algumas cristãs anteriores à chegada dos árabes, em 711, e uma ânfora romana.

Em 2015 estava prevista a abertura de três concursos públicos para a execução das obras de construção civil - uma empreitada de contenção periférica e escavação arqueológica, a construção do museu e fecho do claustro - e o restauro do espólio, segundo a mesma fonte, tudo se realizará "num único concurso, por razões administrativas, à excepção do restauro do espólio a ser exposto que integrará outra fase a desenvolver após a finalização da obra".