A câmara baixa do Parlamento alemão aprovou nesta quinta-feira o uso de cannabis para fins terapêuticos, em pessoas com doenças crónicas. Assim, passa a ser legal a obtenção de marijuana por parte de doentes que sofram de esclerose múltipla, dores crónicas, falta de apetite ou náusea. Os pacientes só poderão ser tratados com cannabis “em casos muito limitados e excepcionais”, de acordo com a proposta de lei. E os pacientes não podem cultivar a sua própria cannabis.
“Aqueles que se encontram doentes com gravidade têm de obter o melhor tratamento possível e isso inclui seguros de saúde que paguem cannabis como um medicamento”, diz o ministro da Saúde alemão, Hermann Groehe, “isto se não puderem ser tratados de forma eficaz de nenhuma outra forma”. Segundo uma fonte do Ministério da Saúde alemão, a cannabis só será usada como recurso; simultaneamente ao uso de cannabis, será feito um estudo científico para entender os efeitos do seu uso nestes casos.
Até à data, os doentes só conseguiam ter acesso a cannabis para fins medicinais com uma autorização especial, o que tornava o processo complicado. Agora, os doentes poderão ter uma receita por parte dos seus médicos, tendo direito a um reembolso da parte dos seguros de saúde.
A lei deverá entrar em vigor em Março. Em breve, serão feitas plantações de cannabis a cargo do estado alemão e, enquanto tal não acontecer, será importada. Itália e República Checa são outros países europeus que autorizam a cannabis para fins terapêuticos.