Eurodeputados portugueses: reacções à eleição de Tajani

PSD, CDS e MPT sugerem que italiano do PPE (o grupo político de PSD e CDS) é o homem certo no lugar certo. PS, BE e PCP apontam-lhe acordo que chegou à extrema-direita.

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Reuters/CHRISTIAN HARTMANN

Paulo Rangel, PSD

Paulo Rangel diz não ter problemas em reconhecer que Martin Schulz, apesar de socialista, "fez uma verdadeira revolução" em termos de visibilidade do Parlamento Europeu (PE), ainda que ajudado pelos poderes que o Tratado de Lisboa deu à instituição. Agora, era preciso que o PE continuasse a ser liderado por alguém com "high profile", e para Rangel esse é o caso de Tajani: "foi vice-presidente da Comissão Europeia, conhece todos os líderes europeus, conhece os primeiros-ministros, teve sempre relações com todos, conhece os 28 Estados-membros  (...) Isso era algo que Gianni Pittella não tinha", diz o social-democrata, reforçando que "há um antes Schulz e um depois de Schulz".

Nuno Melo, CDS

O eurodeputado do CDS Nuno Melo afirma que Antonio Tajani "conhece bem a realidade dos países que atravessaram dificuldades recentes" e é alguém que será "capaz de gerar consensos". E de marcar assim uma diferença, acrescenta Nuno Melo, para quem, "no passado, houve tendência para gravitar à volta do centro político, do centro-direita e do centro-esquerda", em prejuízo das restantes forças no PE.

José Inácio Faria, MPT

O eurodeputado do Movimento Partido da Terra recordou que foi o PS a romper o acordo de alternância com o PPE, mas considerou positivo que Antonio Tajani tenha prometido ser o presidente de todos os eurodeputados e procurar consensos.

Carlos Zorrinho, PS

"Coligação de mercearia", assim chamou o eurodeputado socialista Carlos Zorrinho ao acordo que valeu a Tajani a eleição para a presidência do PE. "A coligação de interesses juntou pessoas que ainda há pouco tempo defendiam os Estados Unidos da Europa [os liberais de Verhofstadt] e outras [os conservadores britânicos] que proporcionaram a saída do Reino Unido da União Europeia. A forma como foi eleito não augura nada de especialmente bom", disse o deputado, para quem, até a eleição de Trump, nos Estados Unidos, obriga a que a Europa "se repense e se refunde".

Marisa Matias, BE

É francamente negativa a opinião de Marisa Matias sobre a eleição de Tajani, de quem diz nem ter expectativas, mas já confirmações. A eurodeputada do BE recorda que Tajani foi fundador da Forza Itália e era vice-presidente da Comissão Europeia quando rebentou o escândalo das emissões da Volkswagen. "Foi procurar refúgio no PE", disse Marisa Matias, para quem o facto de o candidato do PPE ter feito alianças com liberais, conservadores e até com a extrema-direita - algo que a eurodeputada não esperava ver acontecer - confirma que a sua eleição foi "um resultado péssimo".

João Ferreira, PCP

O deputado comunista considera que a eleição de Tajani simboliza o que há de pior no passado e presente da União Europeia. Até pelo acordo com os liberais, "significa que se vão manter as políticas de desregulação, os problemas sociais e migratórios na União Europeia", previu.

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