Andante com novo design, mais segurança e limite de validade

Transferência para o novo modelo é gratuita mas os clientes vão depois passar a pagar sempre para trocar o novo cartão azul, que passa a ter validade e garantia de um ano.

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Cartões actuais podem ser trocados nas lojas Andante, por exemplo João Guilherme / PUBLICO

Vem aí um novo cartão Andante. E para além de um novo aspecto visual resultante do trabalho da designer Marion Mazer, inspirado nos azulejos da cidade, a primeira renovação do cartão de transporte do sistema intermodal do Porto em 14 anos introduz novidades ao nível da segurança informática e da validade que, no caso dos cartões azuis, para utilização eventual, passa a ser de um ano.

A partir desta segunda-feira, todos os utilizadores do Andante vão poder trocar gratuitamente os seus títulos – sejam eles de assinaturas mensais ou para uso eventual –, num prazo e locais definidos: seis meses para os cartões azuis, trocáveis nas lojas Andante ou nos agentes Pagaqui; um ano para os cartões Gold, que passam a ser prateados e cuja mudança, dado o envolvimento de dados pessoais, só poderá ser feita nas lojas Andante, num prazo de um ano.

Os cartões dourados já tinham um prazo de validade de cinco anos e assim se mantêm. No caso dos cartões azuis, que passam a ser fabricados com um papel mais resistente, a empresa Transportes Intermodais do Porto, que gere o sistema de bilhética Andante, decidiu introduzir um limite de validade de um ano, prazo a partir do qual o cartão ainda é utilizável, se tiver viagens, por mais doze meses, mas já sem possibilidade de carregamento. O cliente terá sempre de comprar um novo cartão que custa, hoje, 60 cêntimos.

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Até aqui, os cartões azuis, que, no interior, têm um chip e uma antena, poderiam ser usados durante anos, até se danificarem. Fonte da TIP explica que esta mudança vem acompanhada da garantia de troca, durante o ano de validade, contrapartida hoje inexistente no Porto, apesar de comum noutros sistemas, como o de Lisboa. Hoje, explicou, o cartão azul só é trocado se, numa loja, se perceber que o problema é do sistema informático e não do cartão, com prejuízo para muitos utilizadores.

A Metro do Porto aproveitou esta renovação dos cartões para fazer também um upgrade no material informático que o compõe, após 14 anos de utilização da mesma tecnologia. Fonte da TIP explicou que esta mudança, sem implicações no custo de produção dos cartões, era imprescindível pois havia já casos de violação da segurança dos actuais títulos mensais, com situações, detectadas, de clonagem de cartões. Os novos Andantes serão mais seguros e, com um acréscimo de capacidade de armazenamento, podem também vir a alojar novos serviços, se a TIP assim o entender.

Ao mesmo tempo que renova os cartões em papel e plástico, a TIP prossegue os esforços para os tornar, um dia, praticamente inúteis. Já a partir de Março, uma centena de clientes dos transportes do Porto, vai testar uma nova aplicação, desenvolvida em parceria com a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, que permitirá validar a entrada e saída do autocarro, metro ou comboio a partir do telemóvel, com envio da factura mensal para o e-mail do cliente. Neste modelo, a TIP promete que o sistema escolherá a modalidade de preço mais favorável ao utilizador, que deixa de se preocupar com a compra de assinaturas ou de títulos para viagens eventuais.

O projecto, para o qual já está a ser encomendado equipamento, vai ser testado durante três meses. Um dos grandes desafios deste novo modelo é a privacidade dos dados. Outro é a fiabilidade dos mecanismos de detecção de um cliente no meio de transporte. A ideia inicial passava por um procedimento automático fruto da comunicação entre o telemóvel e o detector, mas percebeu-se que, no caso dos autocarros, isso poderia levar o sistema a ligar-se inadvertidamente a pessoas que passavam na rua, ao lado dos veículos.

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Por isso, cada cliente vai ter de assinalar, na aplicação, a entrada no seu meio de transporte. A saída, essa sim será validada entre máquinas, dando ao sistema uma informação até aqui inexistente – o percurso efectivamente percorrido naquele veículo. Com isto, a TIP passará a  poder dividir a receita entre operadores com base jum conhecimento exacto da distância que um cliente percorreu em cada um deles, numa viagem que implique a utilização de vários modos.

CP alarga uso do Andante à Trofa  

Os novos cartões Andante foram dados a conhecer no mesmo dia em que a TIP e os municípios da Maia, Trofa e Valongo anunciam também a integração na rede Andante do serviço da CP na linha do Minho, até à Trofa. Até aqui só quem viajava entre Ermesinde e o Porto tinha acesso aos títulos intermodais, utilizáveis no metro, na STCP e em muitos operadores rodoviários privados. A partir de Março, os clientes do comboio que usam o serviço entre Ermesinde e a Trofa (troço que inclui as estações de Travagem, Leandro, São Frutuoso, São Romão, Portela e Sr.ª das Dores), passam a usufruir da intermodalidade.

A área Metropolitana do Porto aprovou o alargamento da rede Andante a todos os concelhos da sua área geográfica, mas isso não significa que os habitantes tenham de imediato acesso à intermodalidade, já que isso depende da adesão dos operadores de transporte à bilhética Andante. Ainda esta semana, o presidente da Câmara de Paredes apelou ao ministro do Ambiente para que assine o protocolo com a CP que permita implementar o Andante naquele concelho servido pelos urbanos da Linha do Douro.

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