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Jerónimo de Sousa leva dívida e saída do euro para reunião com o PS

Comunistas vão à sede dos socialistas apresentar as conclusões do XX congresso, que se realizou há mês e meio.

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Enric Vives-Rubio

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, lidera a comitiva do PCP que esta sexta-feira, dia 13, se vai reunir com dirigentes do PS, na sede dos socialistas em Lisboa, para apresentar as conclusões do XX congresso comunista que decorreu no início de Dezembro. Em cima da mesa estão duas questões essenciais que dividem PCP e PS: a renegociação da dívida e a preparação para a saída do euro.

O encontro, a pedido do PCP, está marcado para as 15h, e terá o mesmo teor dos já realizados com o Bloco de Esquerda, a CGTP, e até com o Presidente da República. Mas é de crer que além da dívida e do euro se abordem outros assuntos da actualidade política. Jerónimo de Sousa será acompanhado por José Capucho (membro do Secretariado e da Comissão Política do Comité Central), pelo líder da bancada parlamentar João Oliveira e por Margarida Botelho (ambos membros da Comissão Política do Comité Central).

Estando em pólos opostos na questão da saída de Portugal no euro - posição que o PCP vem defendendo há uma década mas só em 2015 a inscreveu no programa eleitoral das legislativas -, comunistas e socialistas terão pequenos pontos em comum sobre a renegociação da dívida. Um deles é a ideia de que o país está confrontado com uma dívida que condiciona a sua possibilidade de investimento e que terá crescentemente dificuldade de pagar.

Insistentemente questionado por Jerónimo de Sousa nos debates quinzenais sobre este cenário, António Costa começou a admitir, em 2016, a necessidade de se avaliar a possibilidade de uma renegociação, mas isso deveria ser colocado para discussão a nível europeu e não apenas por Portugal isoladamente. Mais recentemente, o primeiro-ministro até colocou em cima da mesa um calendário, considerando que o assunto só deverá ser abordado depois das eleições gerais na Alemanha, que se realizam no final deste ano.

O PCP teve também uma reunião agendada com o PEV – partido com que concorre às eleições em coligação – para o início desta semana mas foi adiado devido ao luto nacional decretado pelo Governo na sequência da morte do antigo Presidente Mário Soares.

Já depois do congresso de Almada, o novo Comité Central do PCP decidiu fazer uma campanha nacional de sensibilização para a necessidade de renegociar a dívida e preparar o país para a saída do euro. A campanha durará todo o primeiro semestre deste ano e arranca esta semana com uma venda especial do jornal Avante! cuja edição inclui um suplemento de oito páginas sobre a "política patriótica e de esquerda que o PCP propõe ao país", anunciou o partido em comunicado. E também será distribuído o documento da Resolução Política aprovada no congresso.

No suplemento distribuído com o Avante!, os comunistas elencam algumas das medidas que defendem, como a "libertação do país da submissão ao euro e das imposições e constrangimentos da União Europeia; a renegociação da dívida pública, a valorização do trabalho e dos trabalhadores; a defesa e promoção da produção nacional e dos sectores produtivos; o controlo público da banca; uma política de justiça fiscal que alivie a carga fiscal sobre os rendimentos dos trabalhadores e combata os paraísos fiscais".

A partir de Março haverá outdoors e cartazes nas ruas, sessões de debate nas universidades e empresas. As propostas legislativas chegarão ao Parlamento só em Maio ou Junho.

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