Justiça americana abre inquérito interno ao FBI sobre caso Clinton

Em causa está a reabertura da investigação dos emails de Clinton a poucos dias das eleições e a possível divulgação de informação confidencial.

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LUSA/ZACH GIBSON

O gabinete de supervisão interno do Departamento de Justiça dos EUA vai abrir uma investigação à actuação do próprio departamento e do FBI no caso dos emails de Hillary Clinton, que surgiu durante a campanha eleitoral para as eleições no último mês de Novembro.

Um dos aspectos que vai ser alvo da nova investigação, é a reabertura do inquérito por parte do FBI em relação à conduta de Hillary Clinton em relação ao seu servidor de email, quando faltavam duas semanas para as eleições. Esta situação levou até a críticas de Barack Obama ao FBI.

O gabinete do inspector-geral do Departamento de Justiça, Michael E. Horowitz, informou, citado pela CNN, que a decisão surgiu depois de múltiplos pedidos de membros do Congresso e de interrogatórios.

As diversas posições públicas, no âmbito do caso dos emails de Clinton, por parte do FBI vão ser matéria de investigação, bem como a dúvida de se saber se funcionários do Departamento de Justiça e do FBI divulgaram, indevidamente, informação confidencial.

A Casa Branca já esclareceu, por sua vez, que não esteve envolvida na decisão, realçando que as decisões tomadas pelo inspector-geral são independentes.

Em Agosto de 2016, um juiz federal ordenou ao Departamento de Estado que divulgasse mais de 15 mil emails encontrados pelo FBI nos servidores pessoais da antiga secretária de Estado, e uma organização conservadora revelou mensagens que alimentam mais suspeitas sobre a Fundação Clinton.

A polémica dos emails estalou em 2014, quando foi revelado que Hillary Clinton mantinha na sua mansão em Chappaqua, no estado de Nova Iorque, servidores pessoais para trocar mensagens electrónicas durante o seu mandato como secretária de Estado, entre 2009 e 2013.

Apesar de Clinton não ter violado nenhuma lei, as regras da Administração Obama eram claras – os responsáveis dos departamentos deviam enviar e receber mensagens de trabalho apenas através dos seus endereços oficiais, por serem considerados mais seguros e para que fosse mais fácil preservar os e-mails após a sua saída doscargos.

No final de Outubro, e a duas semanas das eleições presidenciais norte-americanas, o FBI decidiu reabrir a investigação. A informação foi dada pelo director daquela agência federal de investigação, James Comey, numa carta enviada ao comité judiciário do Senado. As  mensagens descobertas nessa altura resultaram da apreensão de dispositivos electrónicos pertencentes a Huma Abedin, uma assessora de Clinton, e ao seu marido, Anthony Weiner. Os agentes estavam a analisar mensagens ilícitas que teriam sido enviadas por Anthony Weiner a uma rapariga de 15 anos, residente na Carolina do Norte.

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