Londres quer taxar com mil libras cada trabalhador qualificado europeu
A partir de Abril será aplicada uma medida semelhante aos trabalhadores de fora da União Europeia que começam a trabalhar no Reino Unido.
O Governo do Reino Unido está a considerar aplicar um imposto de mil libras por ano sobre cada trabalhador qualificado recrutado pelas empresas britânicas na União Europeia, após o "Brexit". Segundo disse o ministro do Interior, Robert Goodwill, no Parlamento, "o imposto" pode ser "útil para os trabalhadores britânicos que se sentem preteridos" em relação aos migrantes.
O Reino Unido aprovou, em referendo, a saída do reino da UE. A primeira-ministra, Theresa May, disse que accionará o artigo que inicia o processo até Março. Goodwill considerou que, depois do "Brexit", as actuais restrições aos empregadores que recrutam fora da Europa, como a que exige que tentem primeiro encontrar o funcionário que procuram no país, serão aplicadas ao recrutamento na UE.
Falando num subcomité do Parlamento britânico para discutir o “Brexit”, Goodwill explicou que “nós deixámos claro que desejamos controlar o número dos que entram. Ao mesmo tempo, não esqueçamos que o Governo está empenhado em desenvolver a nossa própria população”. Ou seja, o objectivo é que as empresas apostem e desenvolvam as competências dos trabalhadores britânicos e que deixem de apostar na mão-de-obra estrangeira.
O ministro referiu ainda uma medida que será aplicada a partir de Abril mas para os cidadãos provenientes de fora da Europa: “Penso que muitas pessoas não estão cientes de que em Abril deste ano vamos trazer, para os trabalhadores fora da União Europeia que vêm para o Reino Unido, uma taxa para as competências de imigrantes”.
Na prática, como exemplifica Goodwill, “se alguém quiser trazer um programador informático indiano com um contrato de quatro anos, sob a taxa existente, terá de pagar mil libras por ano”, perfazendo, pelo total do contrato, quatro mil libras em taxas ao empregador, calculou o responsável pela imigração do Governo britânico.
“Isto é algo que actualmente se aplica a trabalhadores de fora da União Europeia e foi-nos sugerido para aplicar para os da União Europeia”, revelou.
Notícia corrigida às 17h29 - Ao contrário do que escrevemos antes, Corbyn não concordou com a medida referida por Robert Goodwill.
Nota: A notícia foi posteriormente desmentida por Theresa May.