Seis altos quadros da Volkswagen vão enfrentar acusações nos EUA

Cinco dos seis dirigentes do grupo automóvel acusados pela procuradoria norte-americana encontram-se na Alemanha.

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A VW reconheceu a manipulação dos dados com recurso a um software instalado nos carros Reuters/MIKE BLAKE

A procuradoria-geral dos EUA acusou seis altos-quadros da Volkswagen (VW) na sequência do escândalo da manipulação de emissões poluentes dos carros com motores a diesel.

Segundo o Washington Post, cinco destes seis acusados estão, neste momento na Alemanha. A procuradora-geral norte-americana, Loretta Lynch, afirmou, citada pelo mesmo jornal, que é demasiado cedo para saber como esta decisão irá influenciar os respectivos processos legais. No entanto, Lynch garante que outros dirigentes estão a ser investigados e podem enfrentar acusações no âmbito do mesmo caso.

Esta terça-feira ficou-se a saber também que a VW chegou a um acordo com os reguladores americanos para o pagamento de 4300 milhões de dólares (cerca de 4000 milhões de euros) referentes à multa pela manipulação dos dados das emissões em motores a diesel do fabricante germânico. Os conselhos de administração e de supervisão da VW irão reunir-se esta semana para aprovar o acordo estabelecido com o Departamento de Justiça dos EUA, que terá também de esperar pela aprovação dos tribunais.

O escândalo rebentou em 2015, altura em que se soube que o grupo Volkswagen, que inclui 12 marcas – da Skoda à Bentley, passando pela Lamborghini ou MAN (camiões) –, admitiu a instalação, entre os anos 2009 e 2015, de um dispositivo que manipulava os dados das emissões poluentes de motores TDI. Ao todo, 11 milhões de automóveis, segundo a própria empresa, terão sido equipados com este dispositivo que permitia aos carros ficarem abaixo do limite legal admitido nos EUA. Porém, segundo a queixa que deu origem ao escândalo, formulada pela agência norte-americana de protecção do ambiente em Setembro de 2015, esse dispositivo só funcionava durante os testes, porque na realidade, os referidos motores, instalados em diferentes modelos, poluem mais do que o admissível por lei.  

O Departamento de Justiça norte-americano apresentou uma queixa contra a empresa germânica. Mais tarde o grupo automóvel reconheceu a manipulação dos dados com recurso a um software instalado nos carros. Em causa estão pelo menos cinco milhões de automóveis VW, 2,5 milhões da marca Audi e 1,2 milhões de automóveis Skoda. A espanhola Seat reconheceu que comercializou 700 mil automóveis com o software irregular através da sua rede mundial. E os números divulgados pela Volkswagen dão conta de pelo menos 11 milhões de veículos afectados no conjunto do grupo.

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