Artistas apelam a greve contra Trump
Perto de uma centena de artistas e críticos de arte lançaram um apelo para que museus e galerias não abram a 20 de Janeiro, dia em que o novo presidente dos Estados Unidos tomará posse.
Mais de 80 personalidades do meio artístico dos Estados Unidos, incluindo o escultor Richard Serra, a artista conceptual Barbara Kruger ou a fotógrafa e cineasta Cindy Sherman, assinaram já um apelo para que museus, galerias, escolas de arte e outras instituições fechem as portas no próximo dia 20, quando Donald Trump tomar posse.
Solidarizando-se com o movimento J20 Strike, que propõe uma greve geral para 20 de Janeiro, os subscritores desta petição, intitulada J20 Art Strike, assumem-na como “um acto de não-cumplicidade” e convidam o meio artístico a “combater a normalização do trumpismo”, que descrevem como “uma mistura tóxica de supremacia branca, misoginia, xenofobia, militarismo e poder oligárquico”.
[Jennifer] Allora e [Guillermo] Calzadilla, uma dupla de criadores radicada em Porto Rico que representou os Estados Unidos na Bienal de Veneza de 2001, Hans Haacke, um influente artista alemão radicado em Nova Iorque, ou historiadores de arte e curadores como Lucy Lippard ou Yve-Alain Bois, são alguns dos outros signatários iniciais deste apelo difundido no Facebook.
A iniciativa, argumentam os artistas que a lançaram, “é uma oportunidade para que as instituições culturais afirmem e ponham em prática os valores de que se reclamam”.
No entanto, a ideia de fechar museus e escolas de arte como forma de luta está longe de merecer consenso. Num artigo escrito para o jornal inglês Guardian, o crítico de arte Jonathan Jones diz “simpatizar emocionalmente” com este apelo, mas observa: “Uma greve da arte deve ser a ideia menos eficaz que até hoje ouvi para resistir a Trump”.