Jardim da Cerca da Graça entra em obras ano e meio depois de inaugurado

Problemas com o pavimento resultam de “má execução pelo empreiteiro”, explicou o vereador Sá Fernandes.

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Jardim desenvolve-se na encosta, no perímetro da antiga cerca do Convento da Graça Nuno Ferreira Santos

O Jardim do Cerca da Graça, em Lisboa, inaugurado em Junho de 2015, vai ser alvo de três intervenções durante este ano. Questionado pelo PÚBLICO sobre o estado do pavimento – é visível que o piso de alguns dos passeios se está a desfazer –, o pelouro da Estrutura Verde da Câmara Municipal de Lisboa adiantou que duas das intervenções se destinam a estabilizar os muros em risco de ruir e substituir o pavimento.

Em algumas zonas dos passeios, neste jardim no Bairro da Graça, o revestimento original já não existe, havendo pedrinhas soltas em vários locais, incluindo nas escadas de acesso. Segundo fonte do pelouro do vereador José Sá Fernandes, “tratou-se de má execução pelo empreiteiro, que já assumiu essa falha”. As obras de recuperação do piso são cobertas pela garantia da obra e aquele deve ser reparado até final do primeiro semestre.

Numas das saídas do parque, junto ao Caracol da Graça, existe uma rede a vedar parte do jardim. Segundo a autarquia esta vedação foi colocada para impedir o acesso, quando se verificou que o muro que separa o jardim dos logradouros dos prédios da Rua dos Lagares “se encontra em risco de ruína”. Esta é a intervenção mais imediata, “estando prevista para as próximas semanas”, garantiu fonte do executivo.

Está programada ainda uma terceira intervenção para criar um acesso ao jardim pela Rua Damasceno Monteiro, junto ao quartel da GNR. A obra, prevista no projecto original, está agendada para o primeiro semestre de 2017.

O Jardim do Cerca da Graça, que resultou da transformação da cerca do antigo Convento da Graça num jardim público, custou 874 mil euros à Câmara de Lisboa. A construção foi marcada por sucessivos atrasos: o projecto, aprovado em 2009, previa que os trabalhos tivessem terminado em 2011, mas isso só veio a acontecer quatro anos mais tarde. As obras apenas começaram em 2013 e foram atrasadas pela descoberta de vestígios arqueológicos. A empreitada esteve parada oito meses e durante esse período o município efectuou “projectos necessários para o reforço da sustentabilidade” dos muros da cerca, adiantou José Sá Fernandes, em Março de 2015, à agência Lusa.

Apresentado como um sonho antigo do vereador, o jardim de 1,7 hectares liga os bairros da Graça e da Mouraria.

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