Quercus lança campanha para comprar 80 hectares de terreno no Tejo Internacional
A associação lançou uma campanha na internet com o objectivo de contribuir para a aquisição de mais um terreno de 80 hectares, para alargar uma das reservas (Monte Barata) na área protegida.
A organização ambientalista Quercus lançou uma campanha de angariação de fundos para adquirir um terreno de 80 hectares no Tejo Internacional, cujo objectivo é alargar uma reserva destinada à conservação da natureza, foi hoje anunciado.
"A Quercus lançou uma campanha na internet ("crowdfunding") com o objectivo de contribuir para a aquisição de mais um terreno de 80 hectares, para alargar uma das reservas [Monte Barata] no Tejo Internacional", disse Samuel Infante, da Quercus, à agência Lusa.
A associação ambientalista foi a primeira organização não-governamental (ONG) a comprar terrenos no Tejo Internacional com fins de conservação da natureza.
Em 1987, avançou com uma campanha que culminou com a aquisição, em 1992, do Monte Barata, uma propriedade de 400 hectares, situada no concelho de Castelo Branco, que alberga área de vegetação mediterrânica e onde se podem observar espécies protegidas como a cegonha preta.
"Agora queremos consolidar e alargar esse trabalho, adquirindo uma propriedade limítrofe ao Monte Barata, onde há várias espécies prioritárias e habitats. Identificámos mais de 700 espécies de fauna e flora no terreno", sublinhou o ambientalista.
Samuel Infante explicou, ainda, que o objectivo da campanha passa por angariar 20 mil euros, que serão um contributo para a compra dos 80 hectares de terreno, sendo que a Quercus necessita de um total 150 mil euros até final de Fevereiro de 2017.
"Temos vários parceiros para a compra deste terreno e esta é uma primeira campanha. Qualquer pessoa pode participar, bastando para isso ir ao sítio da internet da Quercus", frisou.
A compra deste novo terreno irá permitir à associação ambientalista recuperar mais 800 metros de margens da Ribeira do Marmelal, uma ribeira com habitats prioritários de conservação como os tamujais e freixiais e com presença de espécies como o cágado de carapaça estriada e a boga portuguesa.
Permitirá, também, conservar mais 40 hectares de floresta de montado de sobro e 20 hectares de floresta de azinhal, onde habitam várias centenas de outras espécies, algumas das quais em perigo de extinção.
"Com esta aquisição, ficaremos a gerir uma área com mais de 680 hectares, onde vamos continuar a proteger os valores naturais, a fomentar o conhecimento e a protecção da biodiversidade", refere a Quercus.