Putin ordena inquérito à queda de avião que eliminou famoso coro militar

Aparelho fabricado há 33 anos transportava o coro Alexandrov Ensemble, que ia cantar numa base aérea na Síria.

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Homenagem ao principal maestro do Alexandronov Ensemble, Valeri Khalilov, em Moscovo, uma das vítiimas da queda do avião ALEXANDER UTKIN/AFP
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Grande parte dos passageiros pertencia a coro militar AFP/JACQUES DEMARTHON
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Homens do exército russo empurram carrinho com destroços do Tupolev que caiu perto de Sochi, no Mar Negro Reuters/STRINGER
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Imagem de arquivo de uma actuação do coro e corpo de bailado, em Paris, em 2015 AFP/JACQUES DEMARTHON
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Uma foto de Elisaveta Glinka, fundadora de organização de solidariedade, que também viajava no avião AFP/VASILY MAXIMOV
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Memoriais criados em memória das vítimas AFP/EKATERINA LYZLOVA
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Menina presta homenagem aos que morreram no acidente AFP/ALEXANDER UTKIN
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O Presidente russo, Vladimir Putin, pordenou a criação de uma comissão de inquérito, dirigida pelo primeiro-ministro, sobre a queda do avião militar que transportava o famoso coro do Exército Vermelho, o Alexandrov Ensemble, que ia actuar numa festa de Ano Novo numa base militar na Síria. Morreram as 92 pessoas a bordo. 

Foram já encontrados destroços do Tupolev Tu-154, que desapareceu dos radares às 2H27 TMG (a mesma hora em Lisboa) dois minutos após ter decolado do aeroporto da estância balnear de Sotchi, na costa do Mar Negro. O seu destino era a base aérea de Hmeimim, em Latakia, na Síria. Putin declarou um dia de de luto nacional.

"A zona da catástrofe foi determinada. Não há sinais de sobreviventes", disse um porta-voz do Ministério da Defesa esta tarde. “Os destroços do avião foram encontrados a quilómetro e meio do litoral de Stochi, a uma profundidade de 50 a 70 metros”, indicou o ministério, de acordo com o qual o aparelho tinha sido fabricado há 33 anos. 

"Apenas três dos cantores do coro não seguiam a bordo", explicou um dos membros que ficou em terra. No voo também viajavam músicos e bailarinos do Alexandrov Ensemble, bem como nove jornalistas, de várias televisões, dois altos funcionários públicos e a responsável de uma organização não governamental famosa na Rússia, Elizavéta Glinka, conhecida como "Dra. Liza", que levada medicamentos para o Hospital Universitário de Latakia. Durante os quase seis anos de guerra na Síria, esta zona litoral manteve-se sempre nas mãos das forças do Presidente Bashar Al-Assad, que Moscovo apoia.

As autoridades russas não estão a avançar como explicação o tratar-se de um atentado terorrista - mas o Alexandrov Ensemble é "como um cartão de visita da Rússia", deplorou o célebre pianista russo Denis Matsuiev, citado pela agência Ria-Novosti, que disse tratar-se de uma "terrível injustiça". E a "Dra Liza" era uma figura também bastante conhecida. Seriam alvos valiosos, no contexto da guerra na Síria, em que a Rússia se envolveu.

O ministro dos Transportes russo, Maxim Sokolov, começou o dia afastando qualquer possibilidade de atentado terrorista, dizendo que certamente haveria uma avaria ou falha humana por trás deste acidente. Mas à tarde, relata o Washington Post, disse que "todo o espectro" de motivos está a ser considerado, mas é cedo para especulações. 

Mais de 3000 pessoas, 27 embarcações, 37 mergulhadores, quatro helicópteros e drones foram mobilizados para tentar recuperar os cadáveres e os destroços, relata a AFP. Mais cem mergulhadores devem chegar em breve à zona do acidente. Até agora, só foram recuperados dez corpos.

O avião tinha partido originalmente de Moscovo, do aérodoromo Tchkalovski. Tinha parado em Sotchi apenas para reabastecer de combustível.

As autoridades militares abriram por seu turno um inquérito criminal e estão já a interrogar as pessoas responsáveis pela preparação do voo, com o objectivo de saber o que correu mal. Os media russos estão a passar uma gravação daquela que terá sido a última comunicação entre o piloto e a torre de controlo, na qual não se ouve qualquer referência a anomalias. Por fim, o Tupolev desaparece dos radares enquanto os controladores aéreos tentam, em vão, restabelecer o contacto com o avião. 

Desde 2015 que bombardeiros russos ajudam o presidente Bashar al-Assad a combater os seus opositores na guerra civil síria. A Rússia justifica o seu envolvimento com a ameaça da disseminação da violência perpetrada por grupos radicais islâmicos.

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