Greve às horas extra no INEM

Se a paralisação entre Janeiro e Junho for por diante, "é o socorro que fica em risco, devido aos turnos que vão ficar por fazer”, diz dirigente sindical.

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INEM quer pagar dívidas de horas extra de forma faseada João Silva

A Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas prolongou a greve às horas extraordinárias no Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) até Junho do ano que vem, noticia o Correio da Manhã.

Em causa está precisamente o pagamento destas horas. Como o instituto não tem técnicos suficientes para dar resposta a toda a actividade, recorre com frequência ao trabalho extraordinário. Só que existem dívidas aos trabalhadores relativamente ao seu pagamento entre Outubro de 2013 e o Verão passado.

Segundo o Jornal de Notícias, o INEM decidiu fasear o pagamento das horas extra em dívida, alegando que se fosse tudo pago de uma vez isso podia implicar perda de vencimentos e benefícios.

Se a greve for por diante, "é o socorro que fica em risco, devido aos turnos que vão ficar por fazer”, explicou ao Correio da Manhã o dirigente da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas Luís Pesca. “Já temos o pré-aviso de greve às horas extraordinárias, para entrar em vigor no dia 6 de Janeiro e durar até Junho", acrescentou. De resto, e de acordo com o Jornal de Notícias, vários técnicos terão já informado as chefias de que não estão disponíveis para fazer mais horas extra. “Daqui em diante o trabalho extraordinário é uma incógnita. Vai depender da boa vontade dos trabalhadores”, disse a este jornal a presidente da comissão de trabalhadores do INEM, Carla Cristino.

Durante a manhã o ministro da Saúde visitou a unidade de Neonatologia na Maternidade Alfredo da Costa (MAC), em Lisboa. E garantiu a sua intenção de dotar o INEM dos recursos de que precisa, estando autorizada a contratação de mais 100 profissionais a partir do próximo ano.

Disse ainda acreditar que a greve às horas extraordinárias  "não se vai concretizar", tendo em conta que o presidente deste organismo "tem estado reunido com os trabalhadores".

Sobre o atraso no pagamento das horas extraordinárias, afirmou que "o INEM está a pagar horas extraordinárias devidas desde 2013. Há uma questão de natureza remuneratória e fiscal".

Para o ministro, "o INEM também foi muito reduzido em termos da sua capacidade operacional". "Vamos reforçar [a capacidade operacional do instituto] a partir do próximo ano, com a abertura de um concurso para mais 100 novos profissionais", afirmou Adalberto Campos Fernandes.

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