Ministério garante condições para a secundária de Carcavelos reabrir em Janeiro

Encerramento da escola a partir de Janeiro foi decidido pelo Conselho de Geral devido a problemas de falta da manutenção a cargo da Parque Escolar.

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O director da secundária de Carcaloes, Adelino Calado, lamenta que tenha estado sem respostas do ministério durante meses Rui Gaudencio

A resposta só chegou ao princípio da noite. E é esta: o Ministério da Educação garante que já “tomou medidas que visam garantir as condições necessárias para que a Escola Básica e Secundária de Carcavelos inicie o segundo período com normalidade”.

Esta garantia, que foi dada ao PÚBLICO, surge na sequência da notícia, avançada nesta quinta-feira pelo jornal i, de que a escola de Carcavelos não iria reabrir para o segundo período devido a falta de condições de segurança.  

"Há problemas agudos de funcionamento e segurança”, referiu o director da secundária de Carcavelos Adelino Calado ao i. A falta de luz – dentro e fora das instalações –, de ar condicionado e as falhas de controlo nas entradas e saídas no estabelecimento têm sido situações comuns nesta escola durante o último ano.

O Ministério da Educação não precisou que medidas já foram garantidas. Em declarações ao PÚBLICO, o director da secundária de Carcavelos indicou que foi marcada uma reunião para o final da próxima semana com representantes da Parque Escolar e do gabinete do ministro da Educação com vista a fazer o balanço do que já foi resolvido e do que falta resolver.

“Infelizmente foi preciso chegar a este extremo para se conseguir que se cumpra um contrato de manutenção, que está a ser pago”, comentou Adelino Calado, que diz ter enviado, desde Janeiro, vários alertas ao ministério e à Parque Escolar, que ficaram sem resposta.

Nesta quinta-feira à tarde estiveram na escola representantes da empresa pública, com o objectivo de fazer um levantamento da situação.

Em resposta ao PÚBLICO, a Parque Escolar, através da assessora de imprensa, garantiu que o problema da falta de luz estará resolvido “para o arranque do próximo período lectivo”.

A mesma fonte referiu que a direcção da escola tem sido informada pela Parque Escolar dos vários problemas relacionados com o concurso público internacional com vista a garantir a manutenção de 69 escolas.

Segundo a empresa pública, o concurso foi suspenso por ter sido interposta uma acção de contencioso por um dos concorrentes. “Entre Março e o final deste ano, a manutenção da escola tem sido assegurada através da adjudicação de trabalhos específicos”, acrescenta. 

A decisão de encerrar a escola, que tem cerca de 1900 alunos, foi tomada pelo Conselho Geral já este mês, indicou Adelino Calado. Esta posição foi adoptada por maioria. O Conselho Geral é o órgão máximo da escola, onde estão representados professores, pessoal não docente, pais, alunos e representantes da autarquia e da comunidade envolvente.

Segundo o director da escola, tanto os pais, como os alunos estão solidários com a decisão porque sabem os “constrangimentos” diários derivados da falta de manutenção e que “afectam directamente as aulas”, como também constatou o Conselho Pedagógico, indicou ainda o director.

Um destes “constrangimentos” tem a ver com a exposição à luz de salas de aula que têm grandes superfícies de vidro, mas nas quais não chegaram a ser colocados estores. Adelino Calado já foi informado pela Parque Escolar de que não existem estores em número suficiente, pelo que a opção será a de privilegiar as salas viradas a Sul, tirando estores daquelas que estão orientadas para Norte. 

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