Epidemia de gripe começou, mas intensidade ainda é baixa

Dos 31 doentes internados em unidades de cuidados intensivos desde Outubro, sete morreram.

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O A(H3N2) é um subtipo de vírus que afecta muitas pessoas, sobretudo idosos e pessoas com doenças crónicas MARIA JOAO GALA

Agora, é mesmo oficial: a epidemia de gripe começou apesar de estar ainda numa fase de baixa intensidade. Desde o início da monitorização da época gripal, em Outubro, há registo de sete mortes entre os 31 casos de gripe que obrigaram a internamento em unidades de cuidados intensivos, de acordo com o boletim de vigilância epidemiológica divulgado nesta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (Insa).

Se o boletim de monitorização do Insa da semana passada dava ainda como “provável” o início do período epidémico, com uma taxa de incidência gripal de 45,5 casos por 100 mil habitantes, o que agora foi divulgado (relativo ao período compreendido entre os dias 12 e 18 deste mês) fala já em actividade gripal epidémica com “tendência crescente” (74,9 casos por 100 mil habitantes).

Dois terços dos doentes que foram internados em unidades de cuidados intensivos com complicações decorrentes da gripe (pneumonias, por exemplo) tinham mais de 64 anos. A maior parte sofria de doenças crónicas e não estava vacinado, de acordo com a informação das 20 unidades de cuidados intensivos que enviaram dados para o Insa.

Quanto ao subtipo de vírus dominante, nesta época este é o A(H3N2), que se propaga com muita facilidade e origina habitualmente epidemias de grande intensidade, como já tinha sido assinalado no início deste mês pela subdirectora-geral da Saúde, Graça Freitas. A médica continua agora a insistir na necessidade de as pessoas que correm mais riscos se vacinarem, o que podem fazer ainda nas próximas semanas. "Ainda há vacinas disponíveis", tanto nos centros de saúde como nas farmácias, disse ao PÚBLICO. 

O A(H3N2) é um subtipo de vírus que afecta muitas pessoas, sobretudo idosos e pessoas com doenças crónicas, e, por isso, a mortalidade é normalmente mais elevada quando este tipo de vírus é dominante. Seja como for, e apesar de a mortalidade estar a aumentar nas últimas semanas em Portugal, continua com valores “de acordo com o esperado” para esta época do ano, lê-se no boletim do Insa.

Os especialistas que assinam o documento adiantam ainda que há um aumento da actividade gripal em toda a região europeia. Na semana anterior, 37 países tinham reportado actividade gripal de baixa intensidade, oito, de média intensidade, e um, de intensidade elevada. Quase todos os vírus identificados e caracterizados pertenciam igualmente ao subtipo A (H3N2).

Quanto às temperaturas mínimas, o valor médio na semana de 5 a 11 de Dezembro foi de 5,4º C, “valor próximo do normal” para este mês. Mas na temperatura média prevêem-se valores “abaixo do normal” para o território a sul do sistema montanhoso Montejunto-Estrela ao longo desta semana (entre 19 e 25 deste mês).

O período epidémico da gripe dura entre oito a doze semanas, coincidindo o seu início normalmente com o final de Dezembro e o início de Janeiro, em Portugal. 

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