Vacina de tosse convulsa para grávidas e BCG só para grupos de risco em Janeiro

Nova Programa Nacional de Vacinação entra em vigor no próximo dia 1 de Janeiro.

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Marco Duarte

O novo Programa Nacional de Vacinação (PNV) entra em vigor em Janeiro, introduzindo a vacina contra a tosse convulsa para todas as mulheres grávidas, de forma a proteger os bebés, e passando a dar a vacina BCG só a grupos de risco, acabando com a imunização de todas as crianças contra a tuberculose à nascença. Os adultos passam a ser vacinados contra o tétano apenas de 20 em 20 anos, até aos 65. O PNV foi revisto mais de meio século depois de ter sido criado.

A Direcção-Geral da Saúde, em nota divulgada esta segunda-feira, recorda que o PNV traz novos esquemas vacinais gerais em função da idade e ainda novos esquemas específicos para grupos de risco ou em circunstâncias especiais. É o caso das grávidas entre as 20 e as 36 semanas de gestação, que passam a ser vacinadas contra a tosse convulsa – com a vacina contra o tétano, a difteria e a tosse convulsa.

Também a partir de Janeiro, as crianças entre os dois e os seis meses serão imunizadas com uma vacina com seis valências: contra a hepatite B, contra a doença invasiva que pode provocar meningites e sepsis, contra a difteria, tétano e tosse convulsa. Ao mesmo tempo, a vacina BCG contra a tuberculose passa a ser dada apenas a crianças e pessoas com risco acrescido para determinadas doenças.

Esta possibilidade já estava a ser estudada desde 2013. Aliás, confrontada com problemas de abastecimento do laboratório europeu que fabrica esta vacina , a DGS já estava a imunizar apenas os grupos de risco com doses adquiridas a outro laboratório (japonês). Mas o fim da vacinação universal já se faz há anos em muitos países europeus.

No novo PNV é introduzida também a vacina contra a meningite B (neisseria meningitidis) mas é dada apenas a crianças consideradas de risco para certas patologias.

Aos cinco anos, passa a ser administrada a segunda dose da vacina combinada contra o sarampo, a parotidite epidémica e a rubéola e, aos dez, as raparigas passam a fazer a primeira dose da vacina contra infecções pelo HPV (vírus do papiloma humano).

O programa contempla ainda alterações nos reforços contra o tétano, difteria e tosse convulsa em adultos e adolescentes: a primeira dose é aos dez anos de idade e há continuação com reforços aos 25, 45, 65 anos e depois de dez em dez anos.