Aberto o concurso para reabilitar o Mercado do Bolhão

Prazo global é de 720 dias e o preço máximo para restaurar e modernizar o edifício é de 25 milhões de euros.

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O Mercado do Bolhão vai ser completamente restaurado Ricardo Castelo/NFACTOS

O concurso para o restauro e modernização do Mercado do Bolhão, com o preço máximo de 25 milhões de euros, foi lançado esta segunda-feira. O anúncio publicado no Diário da República especifica que os interessados têm 39 dias para enviar as suas propostas. Findo esse prazo, o júri tem 90 dias para decidir sobre as candidaturas.

O concurso foi lançado pela empresa municipal GOP – Gestão de Obras Públicas e é mais um passo no processo de reabilitação do edifício centenário, que aguarda há décadas por uma solução. Em Novembro, numa reunião do executivo convocada para discutir, sobretudo, o processo do Bolhão, os vereadores foram informados dos moldes do concurso público, com a certeza, deixada por Cátia Meirinhos, da GOP e uma responsáveis do Gabinete do Mercado do Bolhão, de que os concorrentes só seriam aceites mediante a apresentação de garantas técnicas e financeiras. Entre os aspectos referidos na altura estava a obrigatoriedade de os interessados terem efectuado, nos últimos três anos, uma obra com um preço contratual superior a dez milhões de euros ou o facto de terem experiência em restauro de edifícios.

O prazo global do concurso é de 720 dias (quase dois anos), mas há prazos intermédios que os concorrentes serão obrigados a cumprir. Numa informação colocada na página da internet da autarquia explica-se que no prazo máximo de 480 dias deverão estar prontos “todos os trabalhos referentes às lojas exteriores e espaços de restauração” e que no prazo de 600 dias têm de estar concluídos “todos os trabalhos referentes ao telhado, de modo a permitir a instalação de todo o equipamento no edifício”.

O projecto para o mercado prevê a sua reabilitação integral, a construção de uma cave técnica e de um piso intermédio, além da instalação de um conjunto de infra-estruturas que adeqúem o espaço aos tempos actuais. O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, tem insistido que o Bolhão se manterá como um mercado de frescos – actividade que deverá ficar concentrada no terrado, em espaços com novas barracas em vez das actuais -, havendo também lugar à abertura de novos espaços ligados à restauração e serviços alimentares.

O edifício irá ser completamente encerrado durante as obras, o que obriga à saída dos vendedores do interior e dos comerciantes do exterior. A maior parte deles (há a hipótese de alguns encerrarem durante as obras ou de encontrarem espaços alternativos) deverá mudar-se para o centro comercial La Vie Porto, durante o segundo trimestre de 2017, funcionando aí o mercado temporário do Bolhão.

A medida não é do agrado de todos os comerciantes e houve mesmo um abaixo-assinado contra esta alternativa, mas que não teve acolhimento por parte da câmara. Em Novembro, Cátia Meirinhos indicava ao executivo que dos 91 comerciantes do interior do mercado, 60 já tinham decidido aceitar a transferência temporário para o La Vie. Havia ainda 16 indecisos e 15 tinham optado por abandonar o Bolhão, por razões que a responsável atribuiu à idade dos envolvidos e ao facto de não terem familiares que quisessem assumir o negócio.

A Câmara do Porto prometeu uma forte campanha promocional para informar a cidade do que se ia passando com os comerciantes e a reabilitação do Bolhão. Parte dessa campanha será centrada no mercado temporária, com a oferta de produtos alusivos, mas a primeira fase já está na rua, centrada no Natal. Feita com recurso a retratos de alguns comerciantes, apresentando os produtos que vendem, os cartazes espalhados por mupis e pela imprensa apelam: “A sua ceia de Natal começa no Mercado do Bolhão”.

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