Antigo presidente do INEM fica em prisão preventiva
Luís Cunha Ribeiro é suspeito de corrupção. Está detido desde terça-feira e viu agora ser-lhe aplicada a medida de coacção máxima.
O antigo presidente do INEM, suspeito de corrupção em negócios de plasma sanguíneo, vai ficar em prisão preventiva.
Depois de ter sido detido na terça-feira e ao fim de três dias de interrogatório no Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa, Luís Cunha Ribeiro foi agora alvo da medida de coacção máxima por parte da juíza e terá para já de aguardar julgamento na prisão. O médico é suspeito da prática de crimes de corrupção activa e passiva, recebimento indevido de vantagem e branqueamento de capitais.
No centro da investigação policial estão factos ocorridos a partir de 2001. Foi nessa altura que Cunha Ribeiro presidiu ao concurso que acabou por dar à Octapharma o monopólio da venda de plasma inactivado (componente do sangue) nos hospitais públicos portugueses, numa altura em que a compra deste produto era feita de forma centralizada no SNS. Os negócios que estão a ser investigados ascendem a um montante global de 137 milhões de euros.
De acordo com os investigadores da Unidade Nacional de Combate à Corrupção da PJ, o médico terá recebido da multinacional, cujo escritório de Lisboa e a sede na Suíça foram alvo de buscas, diversas contrapartidas, nomeadamente viagens que terão sido feitas por Cunha Ribeiro e pagas pela Octapharma e a utilização de um apartamento em Lisboa de que é proprietária uma empresa de Paulo Lalanda e Castro, o homem forte da Octapharma em Portugal, para além da disponibilização gratuita de um automóvel.
O inquérito – designado como “O negativo” – já resultou em mais uma detenção. Na quinta-feira, Paulo Lalanda de Castro, ex-responsável da Octapharma, foi detido na cidade alemã de Heidelberg, tendo o seu advogado apresentado um requerimento para revogar o mandado de detenção europeu, por forma a permitir que Lalanda e Castro regresse, em liberdade, a Portugal, para depor no inquérito em causa.