Eléctrico 24 vai estar de volta às ruas de Lisboa e as obras já começaram

Fernando Medina considerou “um erro” a redução da rede de eléctrico na cidade e estabelece a sua reconstrução como um objectivo para a “futura política de mobilidade da cidade”.

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Ainda não há data para o regresso do eléctrico 24 Guilherme Marques

O regresso das antigas linhas de eléctrico que serviam a cidade de Lisboa foi um das questões mais colocadas pelos munícipes ao presidente da câmara numa “conversa” em directo do Facebook da autarquia. Em resposta a um comentário feito na emissão vídeo que Fernando Medina fez esta quinta-feira, o autarca anunciou que estão em curso os trabalhos de reactivação do histórico eléctrico 24, que ligava o Cais do Sodré a Campolide.

Na verdade, as obras já estão em curso, tanto no Cais do Sodré como na praça do Campolide, com a instalação de novos carris. “Se forem ver, nós estamos a instalar de novo a linha do eléctrico para que possamos instalar o eléctrico 24 a funcionar”, salientou o autarca. Esta é uma obra que “vai demorar algum tempo”, mas corresponde ao “sonho de há muitos anos” de trazer o eléctrico 24 de volta às ruas da capital, afirmou.

Sem adiantar prazos de conclusão, Medina espera que as obras estejam concluídas o “mais breve possível”.

O eléctrico 24 esteve em circulação desde Julho de 1905 até Agosto de 1995 quando a circulação foi suspensa, na altura de forma provisória, por determinação da câmara por causa da construção de um parque de estacionamento subterrâneo em Campolide que inviabilizava a circulação de eléctricos durante as obras. Apesar de vários avanços e recuos, a linha que ligava o Carmo à Rua de Alfândega nunca foi restabelecida. Após sucessivos encurtamentos, a partir de 1991, o electrico circulou entre o Carmo e o Alto de São João, depois encurtado ao Arco do Cego, e prolongado ao Cais do Sodré.

O autarca considerou um “erro” a redução da rede de eléctrico feita ao longo de vários anos na cidade, que encara como “uma das consequências da primazia que se deu ao alargamento das vias para o automóvel”. Reconhecendo a dificuldade que será reconstruir as linhas de eléctrico na sua extensão “de forma tão vasta”, Medina acredita que deve ser algo equacionado na “futura política de mobilidade da cidade”.

Este ano, uma proposta para reactivação do eléctrico 24 figurava no Orçamento Participativo de Lisboa. Orçado em quinhentos mil euros, a proposta cidadã pedia a reabilitação dos troços em falta, permitindo a reabertura do eléctrico a curto prazo. A proposta ressalva que esta linha era a única que ligava "a zona ribeirinha do Cais do Sodré/São Paulo à ‘Sétima Colina’, trepando a Rua do Alecrim e da Misericórdia até à Igreja de S. Roque e Jardim de São Pedro de Alcântara, seguindo depois ao longo de toda a Rua da Escola Politécnica em direcção ao Rato e às Amoreiras, e que, paralelamente, desde que a Carris suprimiu a carreira 790 o eixo R. Alecrim/Misercórdia/Escola Politécnica está reduzido a uma única carreira (758).”

Notícia actualizada às 11h20: corrigido percurso do eléctrico 24. O percurso anteriormente apresentado era referente ao primeiro trajecto, de 1905.

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