Filho de Pinto da Costa acusado de receber comissões irregulares
Documentos do Football Leaks mostram pagamentos à empresa Energy Soccer.
Alexandre Pinto da Costa, filho do presidente do FC Porto, recebeu comissões de transferências de jogadores irregulares, escreve neste sábado o jornal Expresso, apoiando-se em documentos obtidos pelo consórcio europeu de jornalistas que investiga os chamados Football Leaks.
O filho de Jorge Nuno Pinto da Costa detém uma empresa chamada Energy Soccer, que, segundo o Expresso, violou a lei nacional que regula as transferências de jogadores (Lei 28/98), ao receber comissões de dois clubes no mesmo negócio.
Em concreto, o jornal revela dois casos. O primeiro é relativo à transferência de Carlos Eduardo do Estoril para o FC Porto. Em Junho de 2013, os “dragões” pagaram uma comissão de 100 mil euros à empresa de Alexandre Pinto da Costa e em Outubro do mesmo ano o Estoril pagou à Energy Soccer 68.400 euros relativos à mesma transferência.
O outro caso revelado pelo Expresso diz respeito ao empréstimo de Rolando ao Inter. O clube liderado por Pinto da Costa pagou 60 mil euros (mais IVA) à Energy Soccer em 16 de Agosto de 2013, dia em que o Inter emitiu uma factura de 75 mil euros à empresa de Alexandre Pinto da Costa relativa ao mesmo negócio.
Os dados do consórcio que investiga os Football Leaks revelam ainda que Alexandre Pinto da Costa recebeu várias comissões em negócios do FC Porto. Um dos casos mais curiosos diz respeito a Casemiro. O médio brasileiro foi emprestado pelo Real Madrid ao FC Porto, num contrato que previa uma cláusula de compra do passe do jogador pelo clube português e outra cláusula que dava ao Real Madrid a possibilidade de cancelar essa opção de compra. Em Junho de 2015, o clube espanhol quis recuperar Casemiro e activou a cláusula, pagando 7,5 milhões de euros ao FC Porto. Neste negócio, conta o Expresso, a empresa de Alexandre Pinto da Costa recebeu 700 mil euros através da Vela Management, uma empresa sediada em Malta, liderada por Nélio Lucas, o presidente do fundo Doyen Sports.
Segundo as contas do Expresso, desde a sua criação em 2012 e até 2015, a Energy Soccer obteve receitas totais de 2,6 milhões de euros, gerando um lucro de 300 mil euros.
Nem Alexandre Pinto da Costa, nem Jorge Nuno Pinto da Costa, nem o FC Porto reagiram até agora a estas notícias.