Coreia do Sul passa multa recorde à Volkswagen por publicidade enganosa
A Coreia do Sul passou, esta quarta-feira, uma multa recorde de 37.300 milhões de wones (29,8 milhões de euros) à delegação local da Audi Volkswagen por publicidade enganosa no âmbito do escândalo de manipulação de emissão de poluentes.
A Comissão de Comércio Justo (FTC, na sigla inglesa), que impôs a sanção, informou em comunicado que também vai apresentar queixa contra cinco executivos e ex-executivos da empresa.
A multa é a mais elevada da história por este tipo de prática na Coreia do Sul, quase 18 vezes maior do que o valor recorde anterior, e supera a de 11,5 milhões de euros já imposta à Volkswagen por fraude após ser conhecido o caso "Dieselgate", no final de 2015.
"A Audi Volkswagen Coreia realizou anúncios publicitários enganosos sobre os seus automóveis, em que alegou que cumpriam os requisitos de emissões e ofereciam um consumo mais eficiente de combustível", expressou o organismo estatal em comunicado.
A FTC argumentou que a Volkswagen tinha assegurado nas campanhas publicitárias entre 2008 e 2015 que os seus veículos cumpriam com as mais estritas normas de emissões e que os modelos a gasóleo eram altamente ecológicos e eficientes.
No entanto, a empresa alemã usou um software fraudulento para manipular as emissões poluentes dos seus veículos em vários países, incluindo a Coreia do Sul.
No país asiático, o Ministério Público acusou a Volkswagen de falsificar, entre Agosto de 2010 e Fevereiro de 2015, mais de 100 relatórios sobre emissões, níveis de ruído e eficiência de combustível dos seus automóveis para obter a aprovação das autoridades locais.
Para justificar o montante da sanção, a FTC argumentou que "os consumidores estão cada vez mais preocupados com a contaminação do meio ambiente", um problema grave nos centros urbanos da Coreia do Sul.
Nos últimos 15 meses, desde que se descobriu o "Dieselgate", as autoridades sul-coreanas obrigaram a Volkswagen a inspeccionar 125 mil veículos, impuseram multas milionárias, investigaram os seus escritórios e interrogaram vários dirigentes da empresa.