Passos Coelho pede a ministro da Educação que reflicta sobre bons resultados dos alunos

Ex-primeiro-ministro reage a resultados dos alunos portugueses em avaliação internacional. “A única coisa que me preocupa é que uma parte das políticas que permitiram estes resultados estejam a ser ou desfeitas ou revertidas."

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Passos Coelho: “Quando as políticas produzem bons resultados é porque devem ser boas e não devem ser revertidas” Nuno Ferreira Santos

O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, pediu ao ministro da Educação que reflicta sobre os “resultados muitíssimo bons” revelados pelos testes PISA e que repense decisões que desfizeram ou reverteram políticas que permitiram este desempenho.

Nesta terça-feira, à entrada para os Debates Francisco Sá Carneiro, em Lisboa, Pedro Passos Coelho foi questionado pelos jornalistas sobre os resultados divulgados que dão conta que Portugal conseguiu pela primeira vez resultados “significativamente superiores” à média da OCDE nos testes PISA de Matemática, Ciências e Leitura.

“Espero que o senhor ministro da Educação reflicta sobre estes resultados e repense algumas das decisões que já tomou porque os resultados que hoje conhecemos são de facto bastante bons e eu espero que possam continuar para futuro”, apelou, considerando que estes resultados são “muitíssimo bons”.

Na opinião do ex-primeiro-ministro, este relatório da OCDE, relativo a 2015, “vem mostrar que quando as políticas estão a apontar no sítio certo, quando se estabelecem metas curriculares mais claras e que possam ser atingíveis, quando se eleva o grau de exigência no próprio ensino — seja na formação, seja na avaliação —, isso acaba por ser positivo”.

“A única coisa que me preocupa é que uma parte das políticas que permitiram estes resultados estejam a ser ou desfeitas ou revertidas”, lamentou, defendendo que “quando as políticas produzem bons resultados é porque devem ser boas e não devem ser revertidas”.

Passos Coelho disse ainda que “a própria OCDE reconhece que Portugal foi um dos países que mais progrediu desde que este trabalho foi iniciado, em 2000, e em especial neste período de análise, ente 2012 e 2015, quer na área da Leitura, quer na área da Matemática, quer na área das Ciências”, considerando que “a progressão do país foi extraordinária”.

“Nós melhorámos significativamente em todos estes indicadores e isso deixa-me muito satisfeito e acho que deixará com certeza o actual Governo, bem como todos os portugueses bastante satisfeitos.”

O ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, mostrou-se já satisfeito com os resultados positivos de Portugal nos testes PISA, mas considerou que o país tem de melhorar nos níveis de retenção escolar.

Comissário europeu elogia Portugal

O comissário europeu da Educação, Tibor Navracsics, também destacou, em Bruxelas, o desempenho de Portugal nos testes PISA. Portugal e a Suécia, sendo países tão diferentes, disse, foram "os dois únicos Estados-membros que foram capazes de reduzir a percentagem de alunos com baixos desempenhos em Ciência, Matemática e Leitura". Na verdade, acrescentou, "Portugal foi o único país da União Europeia que melhorou continuamente a sua performance no PISA desde 2000".

O PISA é uma grande avaliação internacional à literacia dos alunos de 15 anos, em três áreas-chave: Ciências, Matemática e Leitura. Cada leva de testes privilegia uma área em particular. No PISA 2015 foi a área das Ciências a mais aprofundada. Participaram 500 mil alunos (de 70 países e economias), dos quais 7325 portugueses de escolas públicas e privadas.

Portugal destacou-se mais nas Ciências ao obter uma classificação de 501 pontos (459 pontos na edição do ano 2000, 468 em 2003 e 474 pontos em 2006).