Uruguai inaugura Museu da Cannabis
País da América do Sul legalizou não apenas a compra e consumo de marijuana, mas também o seu cultivo domiciliário ou cooperativo.
Primeiro país a legalizar a produção, distribuição e consumo de cannabis, vulgo marijuana, o Uruguai inaugura na sexta-feira, dia 9, um museu inteiramente consagrado a esta planta, utilizada para a fabricação de fibras e para fins medicinais, mas mais conhecida pelas suas propriedades psicotrópicas.
O Museu da Cannabis de Montevideu é destinado às pessoas que “amam a natureza, a arte e a ciência”, diz o seu director, Eduardo Blasina, e dará conhecer “a rica história das liberdades que o Uruguai sempre adoptou de forma vanguardista”.
“Uma das culturas mais antigas do mundo”, a cannabis será também, prevê Blasina, “uma das plantas mais importantes do terceiro milénio, pelas suas propriedades medicinais e de reconstrução dos solos”.
O novo museu irá poder contar com o apoio do Museu do Haxixe, Marijuana & Cânhamo de Amesterdão, que emprestou plantas e acessórios que serão em breve expostos no museu de Montevideu, instalado na antiga sede do clube de futebol Mar de Fondo.
O Uruguai adoptou em Dezembro de 2013 uma polémica lei que autoriza três modos de acesso à cannabis: cultivo no domicílio para consumo pessoal, criação de clubes para plantação de marijuana em moldes cooperativos e compra do produto a empresas privadas.
O Presidente uruguaio Tabaré Vázquez anunciou este ano a abertura de um registo de consumidores de cannabis, que assim poderão também comprá-la nas farmácias, e que inclui cidadãos uruguaios e residentes no Uruguai há pelo menos dois anos. O que deixa de fora o turista ocasional.
Quando este instrumento for criado, o Estado passará a receber uma percentagem das receitas de venda de cannabis em farmácias, bem como o valor das licenças exigidas às empresas que a produzem.