Eurogrupo apoia medidas para alívio da dívida grega no curto prazo
Os ministros das Finanças da zona euro chegaram a acordo nesta segunda-feira, em Bruxelas, sobre algumas medidas para aliviar a dívida grega no curto prazo, designadamente a nível dos prazos de pagamentos dos empréstimos dos parceiros europeus e taxas de juro aplicadas.
No final da segunda sessão de trabalhos da reunião do Eurogrupo, dedicada à Grécia, o líder do Mecanismo Europeu de Estabilidade, Klaus Regling, explicou que estas medidas de curto prazo, concebidas pela sua instituição, começarão já a ser aplicadas “nas próximas semanas”, e embora apontando que é difícil nesta fase “quantificar” o valor do conjunto de medidas, estas irão ter “um impacto significativo na sustentabilidade da dívida grega”.
O presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, lembrou que o acordo alcançado em Maio passado relativamente à sustentabilidade da dívida grega previa medidas em várias categorias, estando para já apenas em cima da mesa – e dependente da finalização da segunda revisão do programa de assistência ainda em curso – as medidas de alívio a curto prazo, até 2018.
Os responsáveis europeus têm rejeitado liminarmente a adopção de medidas idênticas de alívio da dívida para outros países que estiveram também sob programa, como Portugal, defendendo que o caso da Grécia é único.
Na anterior reunião do Eurogrupo, realizada em Novembro, Dijsselbloem garantiu que o Eurogrupo não discutiu nem discutirá uma eventual renegociação dos juros da dívida portuguesa, argumentando que há uma “grande diferença” relativamente à Grécia.
“Não discutimos e não vamos discutir, porque Portugal é capaz de gerir a sua própria dívida. E não estamos certos que assim seja no caso da Grécia, é essa a grande diferença. Não vamos confundir” as situações, declarou o presidente do Eurogrupo.
Na mesma ocasião, Regling corroborou a ideia de Dijsselbloem, ao defender que os casos de Portugal e Grécia são muito distintos, exemplificando com os juros da dívida a 10 anos no mercado secundário, que no caso de Portugal rondam os 3,5%, enquanto para a Grécia são de 8%, apontou.