Paulo Macedo “não reúne condições” para presidir à Caixa, diz PCP

Comunistas criticam falta de sentido de serviço público do ex-ministro da Saúde devido às políticas que aplicou no Governo PSD-CDS.

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fvl Fernando Veludo/NFACTOS

O PCP considera que Paulo Macedo “não reúne as condições para ser presidente” da Caixa Geral de Depósitos. Ao ex-ministro da Saúde de Passos Coelho falta “identificação com o serviço público”, dizem os comunistas, depois de Macedo ter sido responsável, até há um ano, por políticas que cortaram o acesso dos utentes ao serviço de saúde.

Jorge Pires, membro da Comissão Política do Comité Central do PCP, disse esta tarde, à margem do XX congresso do partido, que os comunistas foram previamente informados pelo Governo da escolha de Paulo Macedo, e que argumentaram precisamente que não lhe reconheciam competências de serviço público. “Cabe ao Governo assumir as responsabilidades pelas escolhas que faz.”

Para o PCP, era essencial que o presidente da Caixa fosse uma “pessoa competente, que se identificasse com o serviço público e se colocasse ao serviço dos interesses do país e não de outros interesses”, descreveu Jorge Pires. O Governo de António Costa, porém, “não decidiu de acordo com estes critérios”, e os comunistas têm agora “muitas reservas” sobre o “percurso anterior” de Paulo Macedo.

“Era dos mais importantes ministros do Governo PSD/CDS” e durante a sua passagem pelo Ministério da Saúde levou a que fossem “privatizados” serviços de saúde e fossem transferidos dinheiros públicos para os privados, especificou Jorge Pires, acrescentando ao rol de críticas o facto de se ter atingido o recorde de 1,5 milhões de portugueses sem médico de família.

Questionado sobre a questão polémica dos altos salários dos gestores da Caixa, Jorge Pires recordou que o PCP apresentou no Parlamento uma proposta para a limitação dos ordenados dos gestores públicos a 90% do salário do Presidente da República, mas PS e PSD juntaram-se para a chumbar.

Polémicas à parte, os comunistas avisam ser “urgente resolver os problemas da Caixa e pôr o banco a funcionar”, uma vez que este não tem uma administração a funcionar em pleno há quase um ano. 

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