Um avião da companhia Lamia despenhou-se na madrugada desta terça-feira na Colômbia com 77 pessoas a bordo: morreram 71 e seis ficaram feridas. A bordo seguia a equipa de futebol Chapecoense, da primeira divisão brasileira, que chegava ao país para disputar a primeira mão da final da Copa Sul-Americana (a segunda competição de clubes mais importante do subcontinente, a seguir à Copa Libertadores) contra o Atlético Nacional. 

O primeiro balanço oficial das autoridades colombianas apontava para 76 mortos e cinco feridos. Só que depois foram encontrados com vida mais um jogador da Chapecoense (Neto) e um técnico de voo, enquanto um dos feridos, o guarda-redes Danilo, morreu durante a transferência para o hospital.

Às 9h28 locais (14h28, em Lisboa), a autoridade Aeronáutica Civil da Colômbia confirmou a existência de seis sobreviventes: dois tripulantes (Ximena Suárez, hospedeira de bordo, e Erwin Tumiri, técnico de voo), três jogadores (Alan Ruschel, Jackson Follmann e Helio Hermito Zampier, conhecido como Neto) e um jornalista (Rafael Valmorbida). Uma primeira lista publicada três horas antes incluia igualmente seis pessoas, mas constava o nome do guarda-redes Danilo, que viria a morrer no hospital, e não tinha o nome de Neto, que foi encontrado mais tarde junto aos destroços do aparelho.

Ao final do dia de terça-feira, as autoridades colombianas reviram o número de vítimas: afinal o avião transportava 77 pessoas, já que quatro não embarcaram à última hora, pelo que o número de mortos baixou para 71.

Na lista dos passageiros do Lamia CP 2033 não consta o nome de Marcelo Boeck. O antigo guarda-redes do Sporting faz parte do plantel do Chapecoense, mas tem sido pouco utilizado e não ia no avião, porque pediu dispensa para festejar o seu 32.º aniversário.

O avião perdeu o contacto com a torre de controlo do Aeroporto José Maria Córdova cerca das 22h15 locais, segundo a imprensa colombiana. Não é certo quando terá ocorrido a queda do aparelho, um British Aerospace 146. A notícia chegou às redacções dos media internacionais perto da meia-noite local (6h desta terça-feira em Lisboa). A viagem teve início cerca de nove horas antes em São Paulo, Brasil, e fez escala em Santa Cruz de la Sierra, Bolívia.

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A confirmação do acidente e de que seguia a bordo a Chapecoense foi dada pelos responsáveis pelo aeroporto internacional de Medellín no Twitter. Na mesma rede social, o Atlético Nacional deixou uma mensagem de solidariedade aos seus adversários da final entretanto cancelada da Copa Sul-Americana: “O Nacional lamenta profundamente e solidariza-se com o @chapecoensereal pelo acidente ocorrido e aguarda informações das autoridades.”

A causa da queda do avião está por apurar. As autoridades colombianas acreditam que o aparelho da companhia aérea Lamia possa ter apanhado forte turbulência, devido às condições meteorológicas desfavoráveis na região, ou que tenha mesmo sofrido com falta de combustível. Antes de perder o contacto com a torre de controlo, quando se encontrava entre Ceja e Lá Unión, a tripulação deu conta de falhas eléctricas.

Temer disponibiliza "todos os meios"

O Presidente do Brasil, Michel Temer, reagiu à notícia, onde prometendo accionar “todos os meios” à sua disposição para prestar auxílio às vítimas da queda do avião e às suas famílias.

“Nesta hora triste que a tragédia se abate sobre dezenas de famílias brasileiras, expresso minha solidariedade”, escreveu no Twitter. “Estamos colocando todos meios para auxiliar familiares e dar toda a assistência possível. A aeronáutica e o Itamaraty [Ministério das Relações Exteriores] já foram accionados.”

Michel Temer garante que o Governo brasileiro “fará todo o possível para aliviar a dor dos amigos e familiares do esporte e do jornalismo nacional”.

Horas depois, o chefe de Estado decretaria três dias de luto nacional. Um pouco por todo o mundo, sucedem-se as homenagens à Chapecoense, um clube desconhecido mas que tem sido um caso de sucesso no Brasil.