"Há subidas artificiais de preço"

João Vieira Lopes, presidente da Confederação do Comércio e Serviços, diz que "os consumidores estão quase a viciar-se em comprar em promoção".

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dro daniel rocha

A Black Friday veio para ficar?
É um tipo de actividade promocional como outras. Portugal é um país que tem uma intensidade da actividade promocional muito grande – note-se que no sector alimentar 45% das vendas são feitas em produtos com promoção. Ou seja, faz parte da dinâmica de marketing.

Já não há épocas oficiais de saldos. Esta mudança deu maior importância a este dia?
Penso que não. O movimento promocional é tão intenso que, neste momento, os consumidores estão quase a viciar-se em comprar em promoção. Hoje quando tencionam comprar, as pessoas andam à procura da promoção.

O pequeno comércio consegue acompanhar as maiores cadeias na oferta de descontos?
É complicado. Estas promoções trabalham com margens muito baixas e os grandes operadores têm mais facilidade em absorver, com margem anual, estes períodos de baixa rentabilidade. Há alguma dificuldade de o comércio de média e pequena dimensão entrar na competição.

Os preços aumentam na véspera da promoção?
Há subidas artificiais de preço, mas acima de tudo o que está a suceder no mercado é um realismo da indústria e dos fornecedores. Na expectativa de fazerem um grande número de promoções, cada vez maiores e de forma permanente acabam por se defender e colocar preços de tabela mais altos. [Só assim] podem absorver este tipo de actividade e suportar margens mais baixas.

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