Schulz deixa Parlamento Europeu para voltar à política alemã
Presidente do Parlamento Europeu confirmou que não se vai recandidatar a um terceiro mandato.
Martin Schulz não se vai candidatar a um terceiro mandato à frente do Parlamento Europeu em Janeiro e vai regressar à política alemã, sendo cada vez mais apontado como um potencial adversário de Angela Merkel na corrida ao lugar de chanceler.
“Não serei candidato a um terceiro mandato como presidente do Parlamento Europeu. No próximo ano, vou apresentar-me como candidato” às eleições legislativas alemãs, disse Schulz, em conferência de imprensa, citado pela AFP.
O alemão, de 60 anos, será candidato a deputado pelo SPD (social-democrata, de centro-esquerda) na Renânia do Norte/Vestfália, mas não confirmou que seja o candidato do seu partido ao lugar de chanceler. Essa escolha só acontecerá no início do próximo ano.
Na imprensa alemã, Schulz é visto como uma alternativa a Sigmar Gabriel, vice-chanceler e ministro da Economia no Governo da grande coligação, com a CDU (democratas-cristãos) de Angela Merkel.
“Não foi uma decisão fácil de tomar”, disse nesta quinta-feira um emocionado Martin Schulz. “Esforcei-me por tornar mais forte e mais visível a política europeia, mas também por tornar o Parlamento [Europeu] mais influente, até porque é a única instituição europeia em que os membros são eleitos directamente.”
Segundo a Reuters, Schulz não deu detalhes sobre se pode ser indicado como ministro dos Negócios Estrangeiros germânico quando o actual ocupante do cargo, Frank-Walter Steinmeier, for eleito Presidente da Alemanha, em Fevereiro, como se espera que aconteça. Nem disse se poderá ou quer ser candidato contra Angela Merkel.
Pelo acordo entre os socialistas europeus e o Partido Popular Europeu (centro-direita), Schulz deveria agora dar lugar a um candidato da direita, mas, como o PÚBLICO noticiou, chegou a ponderar uma candidatura, contando com o apoio dos socialistas e até de Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia.
A presidência do Parlamento Europeu em cada legislatura de cinco anos é tradicionalmente divida em duas partes, de 30 meses cada uma, para que seja assumida ora pelo PPE, ora pelos Socialistas & Democratas. As eleições de Janeiro cumprem-se para esta rotação do meio do mandato.