Colecção dos Sex Pistols avaliada em milhões pode ser queimada em protesto contra o mainstream

O filho do antigo agente da banda punk diz que poderá incendiar colecção em protesto contra a apropriação da cena musical pelo mainstream.

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Jor Corre, filho de Vivienne Westwood e de Malcolm McLaren, em conferência de imprensa Reuters/NEIL HALL
Vocalista dos Sex Pistols já criticou intenção de Joe Corre
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Vocalista dos Sex Pistols já criticou intenção de Joe Corre paulo pimenta

O filho do agente da banda britânica Sex Pistols afirmou que incendiaria milhões de dólares em recordações do famoso grupo punk, em protesto contra a apropriação da cena musical pelo mainstream.

Joe Corre garantiu que poderia atear fogo a materiais relacionados com os Sex Pistols, tais como vestuário e outras peças no 40.º aniversário do lançamento do single de estreia da banda Anarchy in the UK, que se celebra no próximo sábado.

“Há muito tempo que tenho estado a ponderar o que fazer com tudo aquilo e penso que é a oportunidade certa para dizer: ‘Sabem, o punk está morto. Parem de enganar uma geração jovem que de alguma forma tem qualquer moeda para lidar com as questões que enfrentam’”, explicou numa conferência de imprensa esta quinta-feira, no Reino Unido.

Naquele país foram organizados vários eventos para marcar os 40 anos do punk sob o título Punk.London – uma comemoração oficial que gerou insatisfação em muitos veteranos da explosão musical e cultural anti-sistema.

A colecção a que Joe Corre se refere, inclui gravações raras, cartazes e roupas costuradas pela sua mãe, a designer Vivienne Westwood, e está avaliada entre seis e 12,5 milhões de dólares (4,17 e 8,69 milhões de euros), afirmou o filho de Malcolm McLaren que é também co-fundador da marca de lingerie Agent Provocateur.

O vocalista dos Sex Pistols, John Lydon, também conhecido como Johnny Rotten, criticou Corre, afirmando à imprensa britânica que a colecção deveria ser vendida e doada para caridade.

Sobre isto, Corre explicou: “Quem é que vai comprar isto? Vai acabar na parede de algum banqueiro. Seria quem acabaria por comprar e isso não me satisfaz muito”, admitindo que poderia guardar algumas peças por razões sentimentais, nomeadamente as de vestuário criadas pela mãe e que lhe lembram os tempos de infância.