O que vale é o que "diz o primeiro-ministro". Salário mínimo é para 557 euros
O presidente do PS diz que o partido tem acordos que vai cumprir. Integração de precários no Estado abrange também empresas públicas.
António Costa disse, está dito. É desta maneira que o PS assume o compromisso de aumentar o salário mínimo nacional para os 557 euros em Janeiro do próximo ano. Contra a vontade dos patrões, mas sempre a falar em diálogo.
"O que vale é o que o senhor primeiro-ministro disse. E o que vale também é que o Governo privilegia a sede de concertação social para o maior número de decisões possíveis, que têm a ver com o nosso futuro económico e social. É nessa perspectiva que estamos habituados, é no diálogo que nascerá a melhor solução e é na perspectiva que o primeiro-ministro anunciou", disse nesta segunda-feira à tarde o líder parlamentar do PS, Carlos César quando questionado sobre as negociações para aumento do salário mínimo nacional.
César referia-se a uma mensagem que o primeiro-ministro deixou no Twitter na passada sexta-feira, em que garantia que "o programa do Governo será cumprido na actualização do salário mínimo", reagindo a uma notícia avançada pelo semanário Expresso de que este aumento estaria em risco.
A manchete do @expresso é falsa. O programa de Governo será cumprido na atualização do salário mínimo, o que aliás foi dito ao jornal.
— António Costa (@antoniocostapm) November 19, 2016
As negociações que ainda decorrem em concertação social estão a criar mau-estar junto das confederações patronais. O presidente da CIP, António Saraiva disse também nesta segunda-feira à tarde que não era correcto o Governo apenas informar as confederações patronais de uma decisão e observou que dos cálculos feitos com base nos parâmentros que ficaram escritos no acordo estabelecido em sede de Concertação Social resulta um valor diferente. Para os patrões, este aumento não deveria ir além dos 540 euros mensais.
Salário mínimo é para subir para 557 euros: "o que vale é o que o sr primeiro-ministro disse" pic.twitter.com/v6gl3mS8RA
— Liliana Valente (@LilianaValente) November 21, 2016
Quando questionado sobre esta posição do presidente da CIP, César desvalorizou e contornou o assunto, falando sempre no "diálogo" que o Governo quer fazer: "Não posso interpretar aquilo que os patrõees entendem. O que sei interpretar é aquilo que o Governo pretende: é que em diálogo, e no cumprimentro do programa de Governo e dos nossos compromissos, seja possível o aumento do salário mínimo nas condições em que nós mencionamos".
Nas mesmas declarações aos jornalistas, o presidente do PS deixou ainda a garantia que a integração de precários nos quadros do Estado é uma medida que abrange também o sector empresarial do Estado. Esta segunda-feira de manhã, César tinha assegurado que até Outubro avançava a integração dos precários (falsos recibos verdes e outras contratações "atípicas") nos quadros da função pública.