Uma “smart city” tem de ter dados abertos e acessíveis à população

Catarina Selada, do Centro de Inovação Inteli, anuncia a criação do “cluster” para o sector das cidades inteligentes

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Como cidade universitária, Aveiro tem-se destacado no domínio das smart cities Carla Carvalho Tomás/PÚBLICO

O Cluster Smart Cities Portugal é o mais recente núcleo de empresas, centros de conhecimento e inovação em matéria de cidades inteligentes do país, no qual participam 50 entidades nacionais e internacionais. O anúncio da criação deste grupo de Estratégia de Eficiência Colectiva foi feito esta sexta-feira, ao PÚBLICO, por Catarina Selada, do centro de inovação INTELI, entidade que tem coordenado o desenvolvimento deste sector em Portugal.

Para além de Lisboa e Porto, podemos falar de outras cidades que caminham para um desenvolvimento urbano sustentável e inteligente? Há a possibilidade de falarmos não apenas em cidades inteligentes, mas num país inteligente?

Sim. Podemos ver que a sensibilização por parte dos municípios para a necessidade de implementar soluções integradas e sustentáveis, que optimizem a eficácia dos serviços e das políticas públicas cresceu nos últimos cinco anos. É efectivamente um dos objectivos do Cluster Smart Cities Portugal: afirmar Portugal como um país inteligente. Apresentar o país como um palco onde se podem testar e experimentar tecnologias, produtos e serviços de inteligência urbana em contexto real, sempre com o objectivo de promover a capacidade de inovação e de internacionalização das próprias empresas.

Vemos mesmo num estudo que fizemos em 40 cidades da rede nacional de cidades inteligentes que 25% delas já têm estratégicas integradas definidas. Cidades como Águeda, Cascais, Vila Nova de Gaia e Aveiro – que está muito bem posicionada no nosso índice de cidades inteligentes que será publicado em breve. Cidades como Aveiro têm um estímulo adicional por serem cidades universitárias, mas em muitos casos do contexto português vemos que o desenvolvimento de “smart cities” está muito alicerçado nas dinâmicas locais e nas próprias autarquias. O que constitui uma oportunidade de desenvolvimentos do territórios para além de Lisboa e Porto, uma vez que muitas destas soluções se tornam rentáveis a médio ou longo prazo, o que permite que cidades com menor dimensão possam aplicar as suas iniciativas.

Existe tecnologia portuguesa para muitas soluções urbanas inteligentes. Há resistência das autarquias em usar a tecnologia nacional ou, pelo contrário, é preferida no mercado das “smart cities”?

Naquilo que temos observado nos vários municípios não temos detectado qualquer resistência ao uso de tecnologia nacional. Pelo contrário, os municípios mostram muita apetência para usar tecnologia e cadeias de fornecimento locais, em detrimento de soluções importadas.

Na sua opinião, qual é a área prioritária no desenvolvimento de uma cidade inteligente em Portugal?

É prioritário o desenvolvimento de uma estratégia integrada que assente numa base de dados abertos, disponibilizados à população que permita a optimização dos recursos, a gestão sustentável e eficaz dos mesmos.

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