Tribunal egípcio anula condenação à morte de ex-Presidente Morsi
Chefe de Estado derrubado pelo actual líder, Sissi, terá de ser novamente julgado.
Um tribunal egípcio anulou esta terça-feira a condenação à morte do ex-Presidente egípcio Mohammed Morsi e ordenou a realização de um novo julgamento, perante um tribunal criminal.
Morsi tinha sido condenado à pena de morte em Junho de 2015 pelo seu papel nas fugas em massa de prisões e pelos ataques da polícia, que mataram dezenas de pessoas, durante a revolta que tirou do poder Hosni Mubarak, em 2011, no decurso do movimento conhecido por Primavera Árabe.
O ex-Presidente recorrera da sentença e o tribunal que anulou a sua condenação à morte anulou também a sentença idêntica de cinco co-acusados, entre eles Mohamed Badie, o antigo guia supremo da Irmandade Muçulmana, o movimento político islamista de Morsi. No processo contra Morsi, em Junho, foram condenadas algumas centenas de pessoas, mas a pena de todas elas manteve-se.
Morsi, que venceu as eleições que se realizaram em 2012, foi condenado em quatro julgamentos depois de os militares, liderados pelo actual Presidente, Abdel Fattah al-Sissi, o terem derrubado e tomado o poder, em 2013. Num dos processos foi acusado de ter agido a favor dos grupos palestiniano Hamas e libanês Hezbollah, e foi condenado a prisão perpétua. Noutro, a sua sentença foi de 20 anos de prisão por incitamento à violência durante manifestações que se realizaram durante o seu curto mandato. Finalmente, já este ano, foi novamente condenado a prisão perpétua por roubo de "documentos relevantes para a segurança nacional", que, segundo a acusação, entregou ao Qatar.
Morsi está detido na Prisão de Borg-el-Arab, perto de Alexandria.