Eleição de Presidente pró-russo leva primeiro-ministro búlgaro à demissão

O mandato de Boiko Borissov só terminaria em 2018.

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O novo Presidente, Rumen Radev, diz que a "Crimeia é mesmo russa" DIMITAR DILKOFF/AFP

O primeiro-ministro búlgaro, Boiko Borissov, apresentou a demissão, depois de a segunda volta das presidenciais ter sido ganha pelo ex-comandante da Força Aérea Rumen Radev, apoiado pelo Partido Socialista e favorito de Moscovo, e não por Tsetska Tsacheva, a candidata apoiada pelo partido de centro-direita GERB, de Borissov.

Nestas eleições presidenciais estava também em jogo a sobrevivência do Governo de minoria de Borissov. O poder tem oscilado entre o GERB (Cidadãos para um Desenvolvimento Europeu da Bulgária) e o Partido Socialista, mas essa divisão tem sido muito insatisfatória para os búlgaros, que se afundam em sucessivas políticas de austeridade, desemprego elevado e o sentimento de que a corrupção impera e a justiça não funcionam.

A realização de novas eleições antecipadas é o cenário mais provável. “Cabe ao povo decidir. Se desejam uma crise política, tê-la-ão”, declarou Borissov, no momento em que foi votar, em Sofia, relata a Reuters. O seu mandato só terminaria em 2018.

As sondagens à boca das urnas dão Rudev como vencedor por uma larga margem - cerca de 58% dos votos. Fluente em inglês, alemão e russo, Rudev é a favor de laços mais próximos com Moscovo e considera que a Bulgária tem perdido muito por ter feito da Rússia um inimigo. Quer que a União Europeia levante as sanções económicas impostas à Rússia por causa da invasão da Crimeia. Considera que “a Crimeia é de facto russa.” No entanto, prometeu manter o seu país dentro da NATO e da UE.

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Boiko Borissov, o primeiro-ministro demissionário Stoyan Nenov/REUTERS

A Bulgária, o país mais pobre da UE, está na zona de fronteira da União Europeia, é um dos países por onde têm entrado refugiados do Médio Oriente, e tem recebido alguma ajuda de Bruxelas por causa disso, embora haja uma crescente hostilidade. Rudev, durante a campanha, prometeu que não deixaria que a Bulgária se transformasse “num gueto de migrantes” e defende que o exército deveria ter uma operação militar com a Turquia se houver um aumento do fluxo de migrantes.

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