Novo Banco com prejuízos de 359 milhões
Resultado dos primeiros nove meses representa uma melhoria face a 2015.
O Novo Banco registou prejuízos de 359 milhões de euros nos primeiros nove meses deste ano, o que representa "uma melhoria de 14,3%" face aos resultados líquidos negativos de 418,7 milhões do período homólogo de 2015.
Em comunicado enviado nesta quinta-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o banco liderado por António Ramalho indica que o Novo Banco "registou pela primeira vez um resultado líquido trimestral marginalmente positivo no montante de 3,7 milhões de euros", o que considera ser "uma clara melhoria face aos trimestres anteriores".
Na nota, o Novo Banco recorda que, desde a sua origem em 2014, após a medida de resolução aplicada ao Banco Espírito Santo (BES), a instituição apresentou "resultados trimestrais negativos superiores a 250 milhões de euros" e que "no primeiro trimestre do ano apresentou -249,4 milhões e no segundo trimestre -113,3 milhões”.
A instituição financeira, intervencionada pelas autoridades (dos 4900 milhões aplicados na instituição, 3900 são do Estado) e que está em processo de venda, refere que devido ao processo “de desalavancagem do balanço, especialmente na carteira internacional”, o crédito a clientes desceu 3100 milhões no período em análise.
Os depósitos desceram 2700 milhões, para um total de 24.700 milhões de euros, mas, diz o Novo Banco, “os depósitos de clientes no segmento de retalho registaram uma evolução muito positiva” com um crescimento superior a 800 milhões.
A instituição financeira, que tem também alienado diversos activos considerados não estratégicos, refere que aumentou o valor das provisões em 298 milhões para 762,6 milhões. Estas imparidades dizem respeito a crédito (425,8 milhões), títulos (113,7 milhões) e custos de reestruturação (110,6 milhões).
Segundo o comunicado enviado pelo banco, os custos operacionais desceram 24% face ao mesmo período do ano passado, para 449,9 milhões de euros.
A gestão, refere o documento, optou por “antecipar boa parte dos objectivos do ano fixados pelo plano de reestruturação”. “A redução prevista de pessoal foi atingida em Setembro (menos 1062 colaboradores contra o objectivo de menos 1000); a redução de custos operacionais também já está garantida (menos 145 milhões até Setembro contra um objectivo de menos 150 milhões para final do ano); e o número de balcões após os últimos encerramentos previstos situar-se-á em 540 (contra 550 previstos no plano)”, enuncia-se.