Proteccionismo "é a mais duvidosa" proposta económica de Trump

Câmara do Comércio Americana (CCA) espera que os Estados Unidos não se fechem ao exterior.

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Indicadores económicos dos Estados Unidos mostram que o país "já recuperou da crise", diz a CCA Reuters/KAI PFAFFENBACH

A Câmara do Comércio Americana em Portugal espera que os Estados Unidos não se fechem ao exterior, na vertente económica e empresarial, na sequência da eleição de Donald Trump como Presidente.

"Gostaria que não houvesse um fechar dos Estados Unidos na vertente económica", comentou à Lusa Graça Didier, secretária-geral da Câmara do Comércio Americana (CCA).

A questão do proteccionismo é a "mais duvidosa em termos de propostas" económicas apresentadas por Donald Trump, que "sempre defendeu um país mais fechado ao exterior", reconheceu, realçando que o próximo Presidente dos Estados Unidos defendeu que não se avance com o Tratado Transatlântico para o comércio e o investimento entre os Estados Unidos e a União Europeia (TTIP, na sigla em inglês).

"É a vertente para a qual vamos estar a olhar com muita atenção. Vamos ver se agora isso se mantém ou se a realidade, ou toda a envolvência vão fazer com que haja mudanças aí", acautelou a secretária-geral da Câmara do Comércio, reiterando que as propostas de Trump vão no sentido de "um país mais fechado ao exterior".

Graça Didier desvalorizou o peso da situação económica dos Estados Unidos na vitória de Trump, pois o país apresenta actualmente indicadores positivos, "já recuperou da crise, está com um crescimento de três por cento e o desemprego situa-se abaixo dos cinco por cento, o que é considerado pleno emprego".

O importante, agora, considerou, é "que o país se consiga reencontrar, reunir e caminhar para a frente". Acabado o período de campanha, "é o dia seguinte e agora há que trabalhar todos em conjunto" para "fortalecer os Estados Unidos enquanto grande potência mundial", defende.

"Independentemente daquilo que aconteceu antes das eleições, o dia é o dia seguinte, é um virar de página e agora é preciso que todos os americanos se unam, esqueçam as suas divergências" e as discutam "num ambiente de união para a construção de um país forte e o manter de uma América dinâmica, que seja referência a nível mundial", concluiu.