Detido em França o último chefe da ETA
Mikel Irastorza era o nome do desconhecido último chefe da ETA, com "pouca experiência terrorista", dizem os espanhóis.
Depois do desmantelamento da cúpula do grupo terrorista basco, ETA, que aconteceu há cerca de um ano com a captura dos chefes David Pla e Iratxe Sorzabal, foi Mikel Irastroza que tomou conta da estrutura terrorista. Desconhecido e "com pouca experiência terrorista", assim descrevem os jornais espanhóis, foi detido na madrugada deste sábado em França.
O Ministério do Interior espanhol anunciou esta manhã que o homem que comandava a logística militar do grupo terrorista tinha sido capturado em França, numa operação conjunta com as autoridades espanholas.
Detenido en #Francia Mikel Irastorza, el máximo dirigente de #ETA en una operación de la @guardiacivil
— Ministerio Interior (@interiorgob) 5 de novembro de 2016O jornal El Mundo conta que Irastroza foi apanhado quando estava numa casa na localidade francesa de Ascain, não muito longe da fronteira com o País Basco. O jornal avança também que a Guardia Civil ainda continua a investigar e que não está fechada a possibilidade de novas detenções nas próximas horas.
A detenção aconteceu cinco anos depois de a ETA ter decretado um cessar da violência. Aliás, o líder do que resta da única estrutura do grupo não tem um passado sangrento como os anteriores, foi para França para se juntar à ETA, mas sem qualquer caso pendente com a justiça. O El País conta que foi porta-voz de uma plataforma política que foi impulsionada por Eusko Alkartasuna e Batasuna, os dois partidos nacionalistas e independentistas bascos.
Irastroza pertencia à direcção da ETA há cerca de sete anos, mas só chegou ao topo da hierarquia depois das últimas detenções pelas autoridades espanholas. Primeiro foi o casal Iratxe Sorzábal e David Pla, em Setembro do ano passado, e em Julho foi a vez de Iñaki Reta Frutos e Xavier Goyenetchea. Com esta operação de desmantelamento do que resta da ETA, sobrou a estrutura logística militar, que passou a ser liderada por Irastroza. Daí que os jornais espanhóis o apelidem de "último chefe da ETA".