Clinton diz-se “confiante” na investigação do FBI aos e-mails

Com o caso dos e-mails a ensombrar a campanha à porta das eleições, a candidata democrata pressiona FBI a esclarecer os “factos” que levaram à reabertura da investigação.

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Novos dados “não vão mudar a conclusão de Julho”, acredita Hillary Reuters/BRIAN SNYDER

A menos de duas semanas das eleições presidenciais nos Estados Unidos, a campanha de Hillary Clinton procura conter os danos do anúncio da reabertura da investigação do FBI ao caso dos e-mails, com a candidata democrata a reclamar que a agência “divulgue toda a informação de que dispõe”. Clinton mostrou-se “confiante” de que nada mudará em relação às conclusões anteriores do FBI, quando em Julho anunciou não ter encontrado qualquer motivo para a acusar formalmente pelo uso do seu e-mail pessoal durante os anos em que foi secretária de Estado da Administração Obama, entre 2009 e 2013.

A rebaertura do caso levou a campanha democrata a reagir com uma conferência de imprensa de Hillary em Des Moines, no Iowa, onde a candidata se referiu directamente ao facto de o caso surgir tão colado ao dia das presidenciais, a 8 de Novembro. “Estamos a 11 dias daquela que é, talvez, a eleição das nossas vidas. A votação já está em curso pelo país [voto antecipado]. Os americados merecem saber de forma total e completa todos os factos imediatamente”, pediu, dizendo ser imperativo que o FBI esclareça o assunto.

Segundo o New York Times, as mensagens agora descobertas resultam da apreensão de dispositivos electrónicos pertencentes a Huma Abedin, uma assessora de Clinton, e ao seu marido, Anthony D. Weiner. Os agentes estavam a analisar mensagens ilícitas que teriam sido enviadas por Anthony Weiner a uma rapariga de 15 anos, residente na Carolina do Norte.

Lembrando que o próprio director do FBI disse não saber se são (ou não) importantes, Clinton defendeu-se dizendo estar tranquila em relação às informações que levaram a agência federal a reabrir o caso. “Não vão mudar a conclusão de Julho”, defendeu-se a ex-secretária de Estado de Obama.

O caso, que tem ensombrado a campanha democrata, foi reaberto depois de a agência ter tomado “conhecimento da existência de e-mails que parecem ser pertinentes à investigação”, escreveu o director do FBI, James Comey, numa carta a informar o Congresso dos últimos desenvolvimentos. O responsável defendeu em Setembro que a agência se devia abster de justificar uma acusação criminal, depois de em Julho ter anunciado que não havia motivo para acusar formalmente Clinton pelo uso do seu e-mail pessoal enquanto secretária de Estado.

Mas um conjunto de documentos vieram entretanto a público – incluindo um resumo das investigações e outro sobre o depoimento prestado pela candidata democrata –, agitando a poucos dias das eleições o fantasma que tem pairado sobre a campanha de Clinton desde que a polémica rebentou em 2014.

O caso dos e-mails tem sido fértil como arma de arremesso da campanha de Donald Trump, que nesta sexta-feira usou as novas revelações para desqualificar a democrata. “Este é o maior escândalo político desde Watergate”, disse o candidato republicano na cidade de Lisbon, no Maine, referindo-se ao escândalo das escutas que nos anos 1970 acabou por forçar a demissão do Presidente Richard Nixon.

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