O texto, apresentado por todos os grupos parlamentares, afirma que “João Lobo Antunes foi muito mais do que o brilhante neurocirurgião que todos lembramos – o que já não seria pouco. Foi um cidadão a tempo inteiro. Um humanista.” E que foi “uma voz presente, serena e lúcida no espaço público português”.

“Apaixonado pelo conhecimento, fascinado pelo mistério da vida e da inteligência humana, João Lobo Antunes era um homem de cultura, conhecedor dos clássicos e atento aos movimentos e às tendências do seu tempo. A excelência profissional desenvolveu-se a par do empenhamento cívico”, acrescenta o voto de pesar. Que realça o seu empenho na unificação das universidades de Lisboa.

Até agora era presidente do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida. “As tensões entre os avanços da ciência e os valores éticos eram, aliás, um dos seus temas de eleição”, sinaliza o voto de pesar.

Os deputados lembram também as suas ligações à política, onde foi “respeitado por todos os quadrantes”: foi mandatário nacional das candidaturas de Jorge Sampaio e Cavaco Silva, e conselheiro de Estado. Foi condecorado pelo actual Presidente da República com a Grã- Cruz da Ordem da Liberdade.