Paula Amorim promete “continuidade” na Galp
Há "confiança total" na equipa de gestão da petrolífera, diz a nova presidente da administração.
A nova presidente da administração da Galp, Paula Amorim, garantiu nesta segunda-feira que não vai mudar “absolutamente nada” na relação entre o conselho de administração da empresa e a gestão executiva, actualmente liderada por Carlos Gomes da Silva.
A comemoração dos dez anos da entrada em bolsa da Galp – a 24 de Outubro de 2006 – foi o mote para a primeira aparição pública de Paula Amorim enquanto presidente do conselho de administração da petrolífera. A filha do empresário Américo Amorim, que assumiu o cargo há pouco mais de uma semana, na sequência da renúncia do pai, assegurou que a Amorim Energia – a sociedade que controla a Galp, com 33,34% do capital – tem "confiança total" na equipa de gestão da Galp.
Questionada à margem da cerimónia na Euronext Lisboa, a nova presidente da administração assegurou que a Amorim Energia está na empresa com “sentido de continuidade” e “total comprometimento”. "Estamos perfeitamente alinhados" com a comissão executiva, disse a empresária, acrescentando que há uma relação de "grande proximidade" que permite à equipa de Gomes da Silva "implementar o seu estilo de gestão".
Já o presidente executivo da empresa, referindo-se a Américo Amorim como uma pessoa “irrepetível” e “quase insubstituível”, disse esperar uma “relação fácil” com a sua “colega do conselho de administração”, com que já trabalha "há alguns anos” (Paula Amorim entrou para o conselho da Galp em 2012 e era vice-presidente desde o ano passado).
“O conselho de administração tem de ser um continuado desafiador e tem de fiscalizar” quem está na gestão do dia-a-dia, disse o presidente da Galp. “Cada um terá o seu papel e teremos certamente uma coabitação tranquila”, assegurou o gestor, que na sua apresentação na bolsa lisboeta fez questão de destacar o papel do accionista de referência no desenvolvimento da empresa na última década. A Amorim Energia é controlada pelo Grupo Américo Amorim, mas também tem como accionista a angolana Sonangol.
Foi o facto de ter um accionista de referência que permitiu à Galp “estabilidade do ponto de vista da estratégia” e “poder ser senhora do seu destino” sem estar “condicionada por outro grupo do sector que pudesse condicionar o seu desenvolvimento”. A italiana Eni chegou a ser a maior accionista da Galp, antes de Américo Amorim ter assumido esse papel.