Negócio entre AT&T e Time Warner vai ser escrutinado por Washington
Democratas e republicados sobressaltados com aquisição por parte de empresa de telecomunicações.
O negócio já se adivinhava e foi confirmado este fim-de-semana, mas não agradou nem a democratas nem a republicanos. O gigante norte-americano das telecomunicações AT&T confirmou oficialmente ter chegado a acordo para a compra da Time Warner, proprietária das cadeias de televisão CNN e HBO, e dos estúdios de cinema Warner Bros., por 85 mil milhões de dólares, cerca de 78 mil milhões de euros.
Ainda só se falava da possibilidade e já Donald Trump mostrava o seu desagrado, revelando que se for eleito Presidente dos EUA, no próximo dia 8 de Novembro, não aprovará este negócio porque concentra demasiado poder na mão de muito poucos, cita a Reuters.
A mesma opinião tem o senador democrata Bernie Sanders, que esteve também na corrida à Casa Branca. Neste domingo, Sanders aconselha a administração Obama a "matar a fusão" porque esta aquisição vai traduzir-se em menos concorrência, logo, preços mais altos e menos opções de escolha para o povo americano, enumera o senador.
Quem ainda não se pronunciou foi Hillary Clinton – que a campanha de Trump acusa-a de vir a beneficiar deste negócio, já que a CNN é a favor da candidata. Embora um porta-voz de Clinton tenha justificado que ainda é cedo para declarações, uma vez que pouco se conhece deste negócio, o candidato democrata a vice-presidente Tim Kaine admitiu que a operação pode levantar dúvidas em matéria de concorrência. Afinal, Kaine é "pró-concorrência": "menos concentração, sobretudo nos meios de comunicação social", acrescenta.
A subcomissão do Senado responsável pela concorrência vai analisar a aquisição em Novembro, a data não é ainda conhecida. Assim como o Departamento de Justiça tem o poder para rejeitar este negócio se violar as leis anti-trust. Contudo, para já, este organismo não pretende pronunciar-se.
A AT&T desdramatiza o furor que a sua decisão está a provocar no meio político e David McAtee, vice-presidente da empresa, declarou no sábado, citado pela Reuters: "Na história moderna dos media e da Internet, o Governo norte-americano sempre aprovou fusões na vertical porque estas beneficiam os consumidores, fortalecem a competição e, no nosso caso, motivam a inovação e o investimento".