O Banco Central Europeu decidiu nesta quinta-feira não alterar as suas principais taxas de juro de referência, prolongando a actual política monetária de estímulo à economia que inclui, além das taxas baixas, a realização de compras de activos nos mercados.

A taxa de juro de refinanciamento (à qual os bancos da zona euro podem obter financiamento junto do banco central) continua a ser de zero, enquanto a taxa de juro de depósito (à qual o BCE aceita guardar os excedentes de tesouraria das instituições financeiras) manteve-se a -0,4%, o que significa que os bancos pagam ao BCE para depositarem o seu dinheiro.

A decisão de não proceder a mudanças nas taxas e nas características do programa de compra de activos actualmente em vigor (em que o BCE realiza aquisições no valor de 80 mil milhões de euros ao mês) era largamente esperada pelos analistas. Aliás, o comunicado agora emitido pelo BCE é exactamente igual, palavra por palavra, ao cumunicado publicado no final da reunião anterior, de 8 de Setembro.

Contudo, existe alguma expectativa em relação àquilo que o presidente do BCE irá dizer na conferência de imprensa que se realiza uma hora depois da decisão. Nos mercados, a atenção irá estar centrada nos sinais que Mario Draghi poderá dar em relação ao futuro do programa de compra de activos do banco central, nomeadamente se considera que é preciso introduzir mudanças para garantir que existem activos suficientes para o BCE comprar e se já há alguma data pensada para o início da redução do programa.