Depois do acidente em Matosinhos, Área Metropolitana do Porto pede inspecção à Resende

Pode estar em causa o acordo que permite à Resende operar em Matosinhos. Autarquia garante que serão "tomadas todas as medidas necessárias", mas aguarda resultados da investigação ao acidente desta quinta-feira.

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Hugo Santos

A Área Metropolitano do Porto (AMP) solicitou esta sexta-feira uma reunião de “carácter urgente” com o Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT) para pedir uma inspecção técnica aos veículos da Transportes Resende.

A iniciativa partiu da Câmara Municipal de Matosinhos na sequência do acidente desta quinta-feira com um autocarro, junto ao mercado da cidade, que provocou a morte de uma pessoa que se encontrava na paragem e outros quatro feridos.

De acordo com o vereador da Mobilidade, José Pedro Rodrigues, o pedido de inspecção deve-se, além do último acidente, cujas causas estão por apurar, a “outros episódios que aconteceram ao longo destes últimos anos e mostram que há veículos que não cumprem as condições necessárias.”

O vereador não avança com dados, mas ressalva que continua a receber “várias queixas dos utilizadores e o descontentamento com o serviço é generalizado”. Em causa estão problemas do “foro mecânico”, reclamações por causa dos atrasos e estado de conservação dos veículos.

A Resende opera sob regime de exploração, a título provisório, em 60% das operações de transportes de passageiros em Matosinhos. Para que este regime se concretizasse, na sequência da entrada em vigor da lei que garante às autarquias poderes em matéria de concessão de transportes, a Câmara e a empresa celebraram um acordo, no final de Maio, para a renovação de parte da frota em circulação e melhoria do serviço prestado aos utentes. Acordo em que “já constavam à cabeça estas preocupações com a qualidade e segurança do serviço”, esclareceu o vereador.

Foi graças a este acordo que foi dada autorização de exploração à Resende. Quanto interrogado se o acordo estaria agora em causa, José Pedro Rodrigues afirmou que “serão tomadas todas as medidas necessárias para garantir a segurança dos utilizadores e a qualidade do serviço” e que aguarda os resultados da investigação às causas do acidente em curso pela PSP antes de se pronunciar sobre o mesmo.

O PÚBLICO contactou a Resende, mas não obteve resposta até ao final desta sexta-feira.

Segundo a autarquia, até ao final de 2016, uma terça parte das 19 camionetas da empresa que constavam no acordo devem ser substituídas. Se não acontecer antes, nessa altura, serão avaliados os termos da autorização negociada com a Resende.

Esta quinta-feira, ao ínicio da tarde, o autocarro despistou-se e abalroou uma paragem provocando um morto, um ferido grave e dois ligeiros, na Avenida Engenheiro Duarte Pacheco, entre o mercado e a lota de Matosinhos. O ferido grave é uma mulher que se encontra internada nos Cuidados Intensivos do Hospital Pedro Hispano.

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