“A coesão não vem depois do crescimento”, diz Medina
No 5 de Outubro, antigo número dois de António Costa deixou uma resposta indirecta aos apelos presidenciais à dinamização da ecomomia. A um ano de eleições autárquicas,aproveitou para apelar à “mobilização” e afirmar Lisboa como “lugar central” das dinâmicas políticas e sociais.
Fernando Medina, o presidente da Câmara de Lisboa que sucedeu a António Costa a meio do mandato, aproveitou a intervenção nas cerimónias do 5 de Outubro para apelar a “uma nova mobilização” do país em torno do “desenvolvimento, progresso e bem-estar dos portugueses”. E dar uma resposta de esquerda aos repetidos apelos do Presidente da República no sentido do investimento e do crescimento económico: "A coesão não vem depois do crescimento".
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Fernando Medina, o presidente da Câmara de Lisboa que sucedeu a António Costa a meio do mandato, aproveitou a intervenção nas cerimónias do 5 de Outubro para apelar a “uma nova mobilização” do país em torno do “desenvolvimento, progresso e bem-estar dos portugueses”. E dar uma resposta de esquerda aos repetidos apelos do Presidente da República no sentido do investimento e do crescimento económico: "A coesão não vem depois do crescimento".
O homem que hoje se sabe ter representado o líder do PS nas reuniões embrionárias da ‘geringonça’ fez questão de afirmar que “a nova maioria parlamentar está a contribuir para a normalização da vida do país e está a aproximar os cidadãos das instituições políticas”.
Elogiou a actuação do Presidente da República: “A proximidade no exercício do poder público, a concentração em alargar maiorias de solução e não ampliar minorias de bloqueio e o diálogo contínuo e claro com os portugueses muito têm contribuído para o reforço da confiança e da esperança do país”.
Mas fez mais, e sinalizou que os apelos presidenciais ao investimento e crescimento económico não têm caído em saco roto. “Ultrapassada a fase de normalização e restabelecidos os laços de confiança com o país, é chegada a hora de uma nova mobilização”, disse, colocando “em primeiro lugar o investimento e o emprego”.
Investimento sim, mas para o dirigente socialista, “o país dispõe hoje de um conjunto de forças modernizadoras sem paralelo no passado”. Ou seja, não é preciso fazer muito mais, pois “existe hoje no país um potencial inovador, criativo e empreendedor que está a saber agarrar, com confiança e talento, as oportunidades que surgem todos os dias”.
Nesse desafio à mobilização, Medina colocou em segundo lugar a coesão social. E foi aqui que colocou a resposta de esquerda aos alertas do Presidente de direita: “Ao contrário do que alguns julgam, a coesão não vem depois do crescimento. A coesão é condição para o desenvolvimento, pois sociedades fracturadas não conseguem assegurar as forças vivas das modernas economias”.
A um ano das eleições autárquicas, o antigo número dois de Costa aproveitou a ocasião para apelar à “mobilização” e afirmar Lisboa como “lugar central” das dinâmicas políticas e sociais, “uma capital moderna, vibrante e aberta ao mundo”. Em Lisboa, “não estamos à espera de outro tempo ou de outro vento”, disse. Uma referência subtil à adversária Assunção Cristas, que quando anunciou a sua candidatura à autarquia afirmou: "Tenho o vento de Lisboa colado à minha pele e a água do Tejo colada à minha alma".