Depois do Haiti e Cuba, furacão Matthew dirige-se para a Flórida

Balanço da passagem do pior furacão da década no Caribe já vai em nove mortos e milhares de casas destruídas. Há ordens de evacuação das populações dos EUA junto à costa em quatro estados.

Fotogaleria
Reuters/ANDRES MARTINEZ CASARES
Fotogaleria
Reuters/CARLOS GARCIA RAWLINS
Fotogaleria
Reuters/CARLOS GARCIA RAWLINS
Fotogaleria
AFP/HECTOR RETAMAL
Fotogaleria
AFP/HO
Fotogaleria
Reuters/RANDALL HILL

O furacão Matthew está a caminho da Flórida ao ritmo de 15 km/h. Depois de ter semeado a destruição no Haiti e no sudeste de Cuba na terça-feira, o mais forte furacão da última década na região do Caribe, dirige-se agora para a costa este da Flórida, onde os habitantes das regiões costeiras foram aconselhados a deixar as suas casas.

Ventos de mais de 160 quilómetros por hora, fustigaram cidades, campos e resorts turísticos em Cuba e forçaram a evacuação de centenas de milhares de pessoas. Já se registaram pelo menos nove mortes – cinco no Haiti e quatro na República Dominicana – e milhares de casas ficaram destruídas à sua passagem.

Segundo as previsões do Centro Nacional de Furacões norte-americano, o furacão de categoria 4 (num máximo de 5 da escala Saffir-Simpson) vai continuar a dirigir-se para Norte - Noroeste, devendo atingir a costa da Flórida esta quarta-feira. "O Matthew não vai encontrar muita terra firme até chegar à Flórida. Os habitantes devem preparar-se para um furacão gigantesco", avisou o governador daquele estado, Rick Scott, no Twitter. O Presidente Barack Obama já anulou a presença num evento de apoio à candidata democrata Hillary Clinton marcado para a Carolina do Sul.

Além da Flórida, foi já declarado o estado de emergência também nos estados da Geórgia, Carolina do Sul e Carolina do Norte, onde foi pedido às populações que vivem a menos de 160 quilómetros da costa que deixem as suas casas e se dirijam para uma região mais interior. Só na Carolina do Sul, segundo a governadora Nikki Haley isso significa a evacuação de 1,1 milhões de pessoas.

Estima-se que o furacão chegue a terra, nos Estados Unidos, no sábado, na zona da fronteira entre a Carolina do Sul e a do Norte.

Em Cuba, o olho do furacão Matthew tocou terra na ponta este de Cuba perto da meia-noite desta quarta-feira, mais precisamente 90 quilómetros a este de Guantánamo, e avançava a uma velocidade de 15 quilómetros por hora, com ventos a soprar a 220 km/h. O exército norte-americano evacuou todo o pessoal não essencial da base militar e da prisão de Guantánamo e colocou os 61 prisioneiros no abrigo anti-tempestades.

Antes, o furacão provocara pelo menos cinco mortos no Haiti e quatro na República Dominicana. Porém, no Haiti, as autoridades ainda não conseguem fazer um balanço fiel das vítimas e dos estragos já a que a metade sul da ilha, a mais afectada, ficou isolada após o colapso de uma ponte na terça-feira e não deverá ser possível o acesso antes de sábado ou domingo. Os Estados Unidos anunciaram a doação de 400 mil dólares para ajuda imediata ao Haiti, e a União Europeia anunciou o envio de 250 mil euros.

De acordo com o director da ONG Heifer International, que está a operar no Haiti, a cidade de Les Cayes, a terceira maior do país, sofreu muitos estragos. “A maior parte dos telhados de casas, lojas e estações de serviço está destruída.” Cerca de 1800 casas ficaram totalmente inundadas e as instalações de “empresas perto do mar sumiram levadas pela água”, descreveu Hervil Cherubin à AFP, acrescentando que muitas explorações agrícolas “desapareceram” e os animais das quintas morreram afogados ou levados pelo vento.

As descrições da destruição deixada à passagem do Matthew pela República Dominicana não são muito diferentes: quatro pessoas morreram e pelo menos 200 casas sofreram danos graves. com agências

maria.lopes@publico.pt

Sugerir correcção
Comentar