Sonda Roseta está a poucos minutos de “chocar” contra o cometa 67P
Fotografia da sonda mostra a superfície irregular do 67P/Churiumov-Gerasimenko a poucos quilómetros de distância. Sonda continua a fazer experiências.
Desde quinta-feira à noite que a sonda Roseta da Agência Espacial Europeia (ESA) está em queda livre em direcção ao cometa 67P, que anda a estudar há mais de dois anos. O choque com o cometa 67P/Churiumov-Gerasimenko, que se dará a cerca de 3,24 quilómetros por hora, está previsto acontecer por volta das 11h40 desta sexta-feira.
Durante a descida, vários instrumentos da Roseta estão em funcionamento para analisar características da atmosfera rarefeita existente junto à superfície do 67P. Há pouco mais de 30 minutos, a ESA libertou uma fotografia da superfície do cometa obtida pela sonda a 5,8 quilómetros de altitude em relação à superfície do cometa.
“Além de tirar fotografias, estou a provar o gás do cometa, a sentir o plasma e ainda mais coisas, mesmo até ao fim”, lê-se numa entrada do Twitter da Roseta, referindo-se às últimas experiências que a sonda está a realizar antes do momento final.
A ESA está a transmitir em directo a descida da sonda no Centro de Operações Espaciais Europeu, em Darmstadt, na Alemanha, onde os cientistas estão a acompanhar o fim desta missão que foi para o espaço em 2004. Se tudo correr bem, o sinal de que a Roseta chocou e desligou-se chegará à Terra por volta das 12h20.
A Roseta e o File (o pequeno robô levado pela sonda, que aterrou no cometa em Novembro de 2014) estudaram vários aspectos do 67P, desde a sua composição até à forma como ele foi construído no início da formação do sistema-solar. Apesar da missão espacial termina nesta sexta-feira, os cientistas da ESA têm pela frente vários anos de estudo para analisar todos os dados recolhidos.
Esta foi uma das mais emblemáticas missões espaciais de sempre. “Foi um projecto ambicioso e essa ambição levou a dois anos maravilhosos, em que recolhemos a melhor informação de sempre sobre um cometa, aprendendo assim como funciona e como está ligado ao sistema solar”, disse Matt Taylor, astrofísico da ESA que faz a ligação entre a equipa científica e a equipa de operações desta missão, ao PÚBLICO. “E as pessoas interessaram-se pela missão, todo o tipo de pessoas. Isso é óptimo!”