Sánchez resiste às pressões internas e confirma primárias e congresso extraordinário
Um dia depois da demissão de 17 membros do órgão executivo do PSOE, o líder socialista mantém reunião de emergência para este sábado.
Um dia depois da demissão em massa da Comissão Executiva Federal, a crise entre os socialistas espanhóis aprofunda-se. O líder do PSOE, Pedro Sánchez, resiste aos sectores do partido que o querem empurrar para uma demissão e decidiu manter a reunião de emergência do Comité Federal para este sábado e propôs eleições primárias para 23 de Outubro e a marcação de um congresso extraordinário para 12 e 13 de Novembro.
A decisão foi tomada após uma reunião entre Sánchez e os 15 membros da Comissão Executiva que se mantiveram fiéis à actual liderança.
De manhã, a presidente do Comité Federal do PSOE, Verónica Pérez, tinha sido impedida por um grupo de manifestantes de entrar na sede do partido, em Madrid. Pérez garantiu ser a “única autoridade” neste partido que enfrenta uma das maiores crises desde a Transição. O líder do PSOE decidiu convocar o Comité Federal para uma reunião de emergência para sábado. O objectivo é avaliar os danos causados pela demissão de 17 membros da Comissão Executiva, em rota de colisão com a liderança de Sánchez.
Mas a líder do Comité Federal contesta a legitimidade de Sánchez para convocar a reunião, uma vez que este perdeu a maioria dos elementos da Comissão Executiva. Pérez, que lidera o PSOE na Andaluzia, é uma das principais aliadas da presidente da Junta autonómica local, Susana Díaz, vista como uma das principais opositoras de Sánchez e considerada por muitos como a mais provável sucessora.
Consignas a favor de #Sánchez en la puerta de #Ferraz #PSOE https://t.co/80zdwQpNOZ Él continúa dentro reunido pic.twitter.com/tfbOUB5AEs
— Virginia Martínez (@virmarcres) September 29, 2016
O ataque a Sánchez motivou uma resposta dos militantes que o apoiam. Esta quinta-feira, os seus apoiantes concentraram-se em frente à sede do PSOE, em Madrid, e bloquearam a entrada de Pérez.
As demissões dos críticos da liderança – que contestam a recusa em viabilizar um Governo da direita – deixaram Sánchez numa situação de extrema fragilidade. Em editorial, o diário El País, próximo dos socialistas, apelava à demissão de Sánchez e não poupava nas críticas. O líder socialista mostrou-se “um insensato sem escrúpulos que não hesita em destruir o partido que com tanto desacerto dirigiu em vez de reconhecer o seu enorme fracasso”.