A taxa de desemprego aumentou em Agosto 0,1 pontos percentuais em relação ao mês anterior, abrangendo 11% da população activa em Portugal, mas o valor relativo a Julho foi afinal mais baixo do que o estimado inicialmente, divulgou nesta quinta-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE).

Fora do mercado de trabalho há 561,8 mil pessoas; mais 2000 do que em Julho; menos 3500 do que em Junho e uma redução de 68,3 mil face a Agosto do ano passado.

Depois de cinco meses em queda, o desemprego voltou a subir. A estimativa de Agosto é provisória, podendo ainda sofrer variações quando for fixado o valor definitivo daqui a um mês – o que tem acontecido consecutivamente este ano, sempre com uma redução face à estimativa inicial. Aliás, o valor relativo a Julho, que na primeira estimativa divulgada há um mês era de 11,1%, foi agora revisto em baixa, passando a estimativa definitiva para os 10,9%.

O INE passou, aliás, a dar mais destaque aos valores definitivos, o que agora volta a destacar, referindo que o valor definitivo “corresponde a uma diminuição de 0,2 pontos percentuais face ao mês anterior [Junho] e de 0,7 pontos percentuais face a três meses antes, prosseguindo-se a trajectória descendente que se verifica desde Fevereiro de 2016”.

Aumentar

Quanto aos dados provisórios, de Agosto, o INE sublinha que se assistiu a um “acréscimo mensal na população desempregada de homens (2,7%; 7,5 mil), de jovens (1%; mil) e de adultos (0,2%; mil)”, enquanto entre as mulheres o desemprego diminuiu 2% (5,5 mil).

A taxa de desemprego jovem abrange 27,9% da população activa dos 15 e aos 24 anos. Depois de ficar abaixo de 27% em Junho, o número de desempregados jovens aumentou nos dois meses seguintes, aproximando-se em Agosto do valor registado em Maio, mas ficou abaixo dos 31,6% de Agosto do ano passado. No desemprego há 101,7 mil jovens.

Menos 6,6 mil pessoas empregadas

Ao mesmo tempo, a população empregada diminuiu face a Julho, passando de 4.568.500 pessoas para 4.561.900 pessoas; o número de trabalhadores diminuiu 0,1% face ao mês anterior (em 6,6 mil pessoas), tendo aumentado 0,8% em relação ao Maio (em 35,3 mil). Houve uma diminuição do emprego entre os homens e um aumento nas mulheres.

Os dados mensais do INE não permitem perceber como evoluiu as trajectórias do emprego e desemprego sector a sector de actividade, o que só e possível apurar nos dados trimestrais, que utilizam outra metodologia estatística e não são directamente comparáveis com estes.

Os valores que o INE divulga todos os meses referem-se a trimestres móveis, em que há um mês de referência, que corresponde ao mês central desse período. Neste caso, esse mês é Agosto, sento também considerados os valores de Julho e já de Setembro. Como explica o INE, “os valores relativos ao mês de referência são sempre provisórios, uma vez que se trata de um trimestre móvel em que para os dois primeiros meses a recolha da informação do Inquérito ao Emprego já foi concluída e para o terceiro mês foi realizada uma projecção com base em modelos de séries temporais, beneficiando-se ainda da informação já recolhida para esse mês”.