Principais marcos do BPI
Os passos que foram dados até se chegar ao domínio do Caixabank e e ao negócio com Isabel dos Santos.
1996
O BPI assegura a privatização do grupo BFE, que engloba o Banco de Fomento Exterior e o Banco Borges & Irmão, fazendo crescer a sua rede comercial a nível nacional e abrindo portas em Angola e Moçambique. Dois anos depois, as marcas e as instituições são alvo de fusão, dando origem ao Banco BPI (banca comercial), além do BPI – Investimentos.
2002
Reorganização do grupo, com o BPI SGPS a absorver o Banco BPI. A sucursal de Angola passa a banco de direito angolano e surge o Banco de Fomento Angola (BFA).
2008
O BPI anuncia que a operadora de telecomunicações angolana Unitel vai ficar com 49,9% do banco do BPI em Angola, o BFA.
A empresária Isabel dos Santos, filha do Presidente da República de Angola, controla a Unitel, onde tem, pelo menos, 25% do capital. A operação é concretizada em Dezembro, o mesmo mês em que o BCP vende os 9,69% que detinha no BPI a Isabel dos Santos, que passa a ser o terceiro maior accionista.
2012
O ano é marcado por uma profunda mudança accionista, com a saída do Itaú. Em Abril, os brasileiros acabam por vender sua posição ao CaixaBank/La Caixa. Na altura, os catalães ficaram com os 18,87% do Itaú por 93,4 milhões de euros (50 cêntimos por acção). Com essa operação, sobem a posição para 49%. No entanto, a blindagem dos direitos de voto a 20% permitiu que não fosse lançada uma OPA. De seguida, o CaixaBank alienou uma fatia das acções a Isabel dos Santos, descendo a sua posição para os actuais 44,1%. Quanto à empresária angolana assegura o lugar de segundo maior accionista, com 19%.
2014
Em Dezembro, o banco comunica que o Banco Central Europeu (BCE) mudou a forma como enquadra a supervisão dos activos do BPI em Angola (os 51% do BFA), o que aumenta a exposição da instituição aos grandes riscos. O problema tem de ser resolvido nos primeiros meses de 2016.
2015
17 de Fevereiro O CaixaBank/La Caixa anuncia uma OPA sobre o BPI. O objectivo é acabar com os limites aos direitos de voto, e assegurar a maioria do capital. Isabel dos Santos mostra resistências ao negócio.
3 de Março BCP confirma que Isabel dos Santos quer promover uma fusão entre esta instituição e o BPI, quase oito anos depois de uma estratégia com características semelhantes ter falhado.
17 de Junho A proposta do CaixaBank/La Caixa não passa em assembleia geral de accionistas. A OPA fica pelo caminho.
28 de Dezembro BPI dá o primeiro passo para separar os negócios em Angola e Moçambique (e com isso resolver a questão em aberto com o BCE) ao apresentar na conservatória de registo comercial o projecto de cisão simples, mas sem antes chegar a acordo com Isabel dos Santos. Começa um processo de confronto.
2016
3 de Janeiro A Unitel, através de uma carta datada de 31 de Dezembro, propõe-se ficar com mais 10% do capital do BFA, passando a dominar, com 60% do capital. Em troca, pagará um total de 140 milhões de euros, em várias fases. A proposta é rejeitada.
18 de Abril - O Caixabank lança uma nova OPA sobre o BPI, desta feita a 1,113 euros por acção, ou seja, a um valor mais baixo do que na investida anterior. E afirma que pediu ao BCE a suspensão de uma eventual sanção pela exposição a Angola. Operação depende de factores como a desblindagem dos direitos de voto.
20 de Setembro – O conselho de administração do BPI propõe resolver o problema da exposição a Angola e o litígio com Isabel dos Santos por via da venda de 2% do BFA à Unitel, perdendo o controlo da instituição.
21 de Setembro – Accionistas do BPI votam a favor do fim do limite à contagem de votos.