Dirigentes do CDS contra candidatura de Cristas a Lisboa
Líder do CDS disse esperar o apoio da sua comissão política, independentemente de avançar ou não como candidata à câmara.
A líder do CDS-PP, Assunção Cristas, ouviu muitas opiniões desfavoráveis à sua eventual candidatura à Câmara Municipal de Lisboa, nas autárquicas de 2017, durante a reunião da comissão política nacional, que decorreu na quinta-feira à noite. A maioria dos que falaram sobre o assunto mostraram-se contra a candidatura, apurou o PÚBLICO.
Os dirigentes argumentaram que a líder do partido não se devia expor e que não tem nada a provar na sua liderança até porque a transição foi tranquila. Outro motivo ouvido na sala teve a ver com riscos. No caso de haver um mau resultado eleitoral, Assunção Cristas ficaria fragilizada interna e externamente. Os dirigentes lembraram ainda que não será o partido a decidir, a opção é pessoal e caberá à própria. Na origem desta ideia esteve uma recente entrevista à revista Sábado em que Cristas sugeria que houvesse um apelo do partido para avançar para Lisboa.
Apesar das opiniões desfavoráveis, houve quem defendesse que a concretizar-se, a candidatura da líder do CDS-PP a Lisboa não pode ser condicionada pelo PSD. Será uma decisão da presidente do partido, independentemente do PSD a apoiar ou não, num gesto de antecipação aos sociais-democratas que ainda parecem a meses de anunciar um cabeça-de-lista.
O timing entre os dois partidos para anunciar um candidato em Lisboa está desencontrado, apesar de os dois líderes terem acordado em esperar até ao fim de Outubro para celebrarem o acordo-chapéu para as coligações em todo o país.
Em alternativa a Cristas na capital foi elogiado o nome de Adolfo Mesquita Nunes, que foi assessor do vereador Pedro Feist na Câmara de Lisboa e deputado municipal em 2002. O nome do ex-secretário de Estado do Turismo no anterior Governo PSD/CDS é considerado uma hipótese forte para disputar a câmara ao socialista Fernando Medina.
No final da reunião da comissão política, Assunção Cristas referiu que o assunto pode já não voltar a ser discutido naquele órgão, sugerindo que o calendário pode precipitar-se. E disse esperar o apoio da comissão política, independentemente de qualquer que seja a decisão. A candidatura a Lisboa já foi debatida no órgão mais restrito do CDS – a comissão executiva – e aí as opiniões também se dividiram sobre se Cristas deveria avançar.